Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte diz não ter novidades do tema, mas segue atenta as movimentações; especialista destaca peso da economia no andamento do caso.
Da redação com AGORA RN
A indefinição sobre em qual estado nordestino a Latam Airlines vai implantar o seu hub continua. Desde que os estudos começaram a ser feitos pela companhia aérea, em 2015, três cidades se colocaram a disposição e surgiram como principais cotadas para receberem o centro de operações da empresa: Fortaleza-CE, Natal-RN e Recife-PE.
A expectativa, quando os estudos começaram, era que a capital vencedora fosse receber cerca de 2 milhões de passageiros até 2018, com possibilidades reais de chegar até 3,2 milhões em 20 anos. No entanto, estes estudos encontram-se paralisados devido ao cenário econômico desfavorável pelo qual passa o país.
Buscando novidades sobre o assunto, o Agora Jornal contatou o secretário estadual de Turismo do RN, Ruy Pereira Gaspar, mas o titular da SETUR foi sucinto ao responder sobre o tema. Segundo ele, até o momento, nenhum novo aceno foi dado quanto a retomada dos estudos para a implantação do empreendimento. “Sem novidades”, limitou-se a dizer Gaspar.
No último mês de março, o presidente-executivo da Latam, Enrique Cueto, havia afirmado em entrevista à Agência Reuters que a companhia iria retomar os estudos do hub nordestino. “É uma coisa que vamos analisar de novo, porque é conveniente para nós. Vamos retomar os estudos de qualquer forma, para ver onde que nos encontramos”, afirmou naquele momento.
A decisão, segundo Cueto, se devia à expectativa de melhora da economia brasileira no segundo semestre. Com isso, as projeções dele eram de crescimento no mercado de voos domésticos e de resultados positivos para a empresa. Porém, como uma resposta concreta da economia não foi dada, sobretudo devido aos escândalos que atingiram o presidente Temer, a Latam não mais se pronunciou sobre o assunto.
A intenção da empresa em implantar um hub no Nordeste perdura desde 2015, e a decisão sobre a cidade que o sediaria havia sido prometida para o mesmo ano. No entanto, a definição foi adiada para o primeiro semestre de 2016 e novamente postergada, sem que houvesse nova previsão. A companhia tem se limitado a dizer que os estudos para implantação do hub se mantêm em seus planos.
Entre os requisitos que a Latam exige das cidades concorrentes estão a infraestrutura aeroportuária, a experiência do cliente e a competitividade em custos. Os aeroportos das três capitais, no entanto, já se colocaram a disposição para receberem adaptações técnicas de modo que lhe permitam sediar o novo hub.
Em outubro de 2015, a consultoria Arup apresentou as principais conclusões do estudo estrutural, sendo que uma delas foi de que os terminais atuais foram feitos para operações ponto a ponto, fugindo da característica de um hub. Com isso, seriam necessárias adaptações para receber um centro de conexão de voos com relevância internacional.
Muito embora o tempo de espera já supere os dois anos, há muitas especulações em curso sobre qual poderia ser a cidade nordestina escolhida para sediar o novo hub. O Agora Jornal também conversou com o especialista em logística e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rubens Ramos. De acordo com ele, a incerteza econômica tem sido cruel para com a definição deste caso.
“O mercado hoje representa menos da metade do que era na época em que se estavam tendo essas discussões para definir a implantação do hub. Atualmente, a incerteza ainda é muito grande por parte da própria Latam, justamente devido essa instabilidade na economia do país. O governo atual assumiu o controle prometendo reduzir os gastos públicos mas acabou aumentando este rombo, o que só contribuiu para o projeto continuar parado”, declarou, concluindo:
“Infelizmente, a incerteza continua, e isso vai acabar retardando cada vez mais a decisão da companhia em implantar o hub. Para Natal, seria algo muito benéfico. A cidade viraria uma Guarulhos em termos de transporte aéreo. Porém, não podemos fazer grandes projeções com o tema, muito embora seja uma ambição do Estado”, encerrou.
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