Da redação com TRIBUNA DO NORTE
Brasília (AE) - A Polícia Federal procurou o advogado do presidente Michel Temer para marcar depoimento no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a delação da JBS. A defesa solicitou que o peemedebista só seja ouvido após a perícia nos áudios gravados pelo sócio da empresa, Joesley Batista. O ministro Edson Fachin, relator do caso, disse à PF para dar continuidade “exclusivamente, da perícia em curso”, adiando a análise do pedido de Temer.
A PF não poderá ouvir o presidente até Fachin decidir se o depoimento pode ser feito antes da perícia - a “única diligência por ora deferida” - ou se será necessário esperar a conclusão da análise técnica. O áudio da conversa entre ele e Joesley está em análise no Instituto Nacional de Criminalística - o processo pode levar até 30 dias.
Advogados de Temer, Antônio Mariz e Gustavo Guedes pediram também “que, se o Presidente da República for ouvido, deverá sê-lo em ato presidido por Vossa Excelência ou responder por escrito quesitos elaborados”. Fachin também vai deliberar sobre a solicitação.
“Com o devido respeito, entende-se como providência inadequada e precipitada, conquanto ainda pendente de conclusão a perícia no áudio gravado por um dos delatores, diligência extremamente necessária diante das dúvidas gravíssimas levantadas - até o momento - por três perícias divulgadas”, argumentou a defesa.
A PGR e a PF apuram se Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-MG) cometeram os crimes de corrupção passiva, embaraço à justiça e constituição e participação em organização criminosa. A defesa de Temer tem utilizado os questionamentos sobre o áudio como estratégia para atrasar o andamento do inquérito. Ontem, também a pedido da defesa, o ministro decidiu encaminhar à PF o laudo encomendado pelos advogados do presidente “para consideração”.
Segundo Mariz de Oliveira, advogado do presidente, uma escrivã da PF o procurou por telefone no fim da manhã comunicando a intimação. “Considero esse ato de ouvir o presidente antes da perícia ficar pronta, logo no início da instauração do inquérito, como um ato verdadeiramente de provocação, absolutamente ilegal, desnecessário, que apenas tenta desestabilizar a ordem institucional”, disse.O advogado argumentou que o presidente estará à disposição do ministro para depor ou para responder por escrito após a perícia na gravação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário