O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, foi denunciado pelo Ministério Público Federal na investigação da operação “Anteros”, que apura tentativa de obstrução de investigações sobre irregularidades na Assembleia Legislativa. A informação foi confirmada pelo Ministério Público Federal (MPF) e o caso será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça, mas o processo segue em sigilo.
Ministro do STJ, Raul Araújo (à direita) determinou as ações de busca e apreensão, além das prisões temporárias durante a investigação
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Além do governador Robinson Faria, também foram denunciados Adelson Freitas dos Reis e Magaly Cristina da Silva, que têm ligação com o chefe do Executivo e foram presos durante a operação Anteros. Os dois são suspeitos de intermediar a tentativa de compra do silêncio da ex-procuradora da Assembleia Rita das Mercês, que fez delação premiada e relatou como teria ocorrido o esquema para fraudes dentro do Legislativo.
Segundo Rita das Mercês, Adelson Freitas e Magaly Cristina atuavam para tentar impedir que a ex-procuradora relatasse a participação de Robinson em fraudes investigadas pela operação Dama de Espadas, que apura irregularidades e desvios de recursos dentro da Assembleia com a emissão de cheques-salário para funcionários fantasmas, beneficiando políticos e outros membros que atuavam no esquema. Robinson Faria foi apontado por Rita das Mercês como um dos principais beneficiários.
Na denúncia do Ministério Público Federal contra Robinson, no entanto, não há a confirmação sobre qual o crime pelo qual o governador vai responder. O MPF solicitou o levantamento do sigilo, mas ainda não houve a decisão da Justiça sobre o caso. O advogado do governador Robinson Faria, José Luiz de Oliveira Lima, disse que só vai se pronunciar sobre o caso após ter acesso à denúncia.
Em 15 de agosto passado, o MPF, com apoio da Polícia Federal, deflagrou a operação “Anteros” que investiga, inclusive, o governador Robinson Faria, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pela suposta prática dos crimes de formação de organização criminosa e obstrução da Justiça. Os dois servidores da ALRN foram presos por agentes da Polícia Federal em suas respectivas residências na terça-feira passada. As investigações apontaram que Magaly e Adelson, considerados pessoas de confiança do governador Robinson Faria, tentaram comprar o silêncio da ex-procuradora geral da ALRN, Rita das Mercês Reinaldo e do filho dela, Gustavo Villarroel Navarro Júnior.
Em acordo de delação premiada, assinado com o MPF, a ex-procuradora revelou que Robinson Faria foi um dos principais beneficiados do esquema que desviou cerca de R$ 5,5 milhões da Casa Legislativa, através da inclusão de servidores fantasmas na folha de pagamento do órgão. Por mês, segundo delatado por Rita das Mercês, Robinson Faria se beneficiava de até R$ 100 mil. Para comprar o silêncio de Rita das Mercês, o governador teria – supostamente - oferecido o pagamento de assessoria jurídica à Rita das Mercês além de ter efetuado o repasse, entre outubro de 2015 e junho de 2017, de mesada de R$ 5 mil a um dos filhos dela, Gustavo Villarroel. Tais informações integram a decisão assinada pelo ministro do STJ, Raul Araújo, que determinou as ações de busca e apreensão, além das prisões temporárias de dois assessores ligados a Robinson Faria.
Silêncio
As investigações da “Operação Anteros” apontaram que Magaly e Adelson, considerados pessoas de confiança do governador Robinson Faria, tentaram comprar o silêncio da ex-procuradora geral da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Rita das Mercês Reinaldo e do filho dela, Gustavo Villarroel Navarro Júnior. Em acordo de delação premiada, assinado com o MPF, a ex-procuradora revelou que Robinson Faria foi um dos principais beneficiados do esquema que desviou cerca de R$ 5,5 milhões da Casa Legislativa, através da inclusão de servidores fantasmas na folha de pagamento do órgão. Por mês, segundo delatado por Rita das Mercês, Robinson Faria se beneficiava de até R$ 100 mil.
Para comprar o silêncio de Rita das Mercês, o governador teria – supostamente - oferecido o pagamento de assessoria jurídica à Rita das Mercês além de ter efetuado o repasse, entre outubro de 2015 e junho de 2017, de mesada de R$ 5 mil a um dos filhos dela, Gustavo Villarroel. Tais informações integram a decisão assinada pelo ministro do STJ, Raul Araújo, que determinou as ações de busca e apreensão, além das prisões temporárias de dois assessores ligados a Robinson Faria. Dos 11 mandados, nove foram cumpridos em imóveis do governador em Areia Preta e Pirangi; na Governadoria e na Escola da Assembleia Legislativa.
Governador nega irregularidades
O governador Robinson Faria negou, após a deflagração da operação “Anteros”, que tenha cometido irregularidades durante seus mandatos como deputado estadual.
“O Governador Robinson Faria nega veementemente a prática de qualquer irregularidade durante seu mandato de deputado estadual, encerrado em 2010 e reforça que sempre esteve à disposição para prestar qualquer esclarecimento. Apesar de não concordar com a diligência realizada nesta data, tem profundo respeito pela justiça e confia no rápido restabelecimento da verdade”, disse o advogado, José Luiz Oliveira Lima, em nota.
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