sexta-feira, 17 de março de 2017

Moradores de Afonso Bezerra, RN, também protestam contra presídios

Governo anunciou construção de 2 presídios no município ainda este ano.
Cidade foi escolhida depois de manifestação em Santana do Seridó.


Da redação com G1 RN

A população de Afonso Bezerra, na região Central do Rio Grande do Norte, se manifestou nesta quinta-feira (16) contra a construção de dois presídios no município. O plano do governo do RN era erguer as novas unidades em Santana do Seridó, mas, depois de protestos da população, a mudança para Afonso Bezerra foi anunciada na segunda-feira (13).
Como mostra o vídeo acima, centenas de pessoas participaram do protesto no município. Os manifestantes carregavam cartazes pedindo investimentos em educação, saúde e lazer. Em um carro de som, um orador falava em favor da paz, sob os aplausos da população.
Em nota, o governo do estado declarou que escolheu o município com base em estudos técnicos feitos pela comissão do Plano Diretor do Sistema Penitenciário. A possibilidade de concluir a obra com rapidez, a distância “mediana” em relação aos grandes centros e a infraestrutura disponível foram apontadas como razões para a escolha.

A Secretaria de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc) informou que a construção será com recursos do Ministério da Justiça, que vai liberar R$ 31,9 milhões para as obras. Cada uma das unidades terá capacidade para 603 detentos.
Novas prisões
Em janeiro, o governador Robinson Faria declarou a intenção de desativar a Penitenciária de Alcaçuz ainda este ano. Segundo ele, a construção de três novos presídios permitiria a transferência dos presos da unidade, onde um massacre deixou 26 mortos ao longo de mais de uma semana de rebeliões.

"A construção de Alcaçuz naquele local foi um grande equívoco, porque é uma área de geografia turística", afirmou Robinson.

A terceira unidade é a Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal, que já está em construção. A obra começou em 2015 e chegou a ser embargada para adequações, mas foi retomada e, segundo o governo, deve ficar pronta em junho. A prisão terá três pavilhões e capacidade para 603 pessoas.

Segundo o general Araújo Lima, o governo pretende criar 3.900 vagas no sistema prisional do estado em cinco anos, mil delas até abril de 2018. A comissão para elaborar o Plano Diretor do Sistema Penitenciário foi criada em fevereiro, depois da matança em Alcaçuz. O projeto deve ficar pronto em abril.

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