Segundo executivo, ações do órgão ministerial afugentam investidores locais e estimulam empreendedores a não investirem mais no Rio Grande do Norte.
Da redação com AGORA RN
Inconformado com o teor da ação civil pública que o Ministério Público do Trabalho (MPT) está movendo na Justiça contra a Guararapes, o diretor industrial da empresa, Jairo Amorim, gravou uma mensagem que circula nas redes sociais na qual classifica o órgão como um “câncer” que, segundo ele, “está acabando com os empregos do Rio Grande do Norte”.
No áudio, o executivo faz referência ao processo no qual o MPT pede uma indenização de mais de R$ 37,7 milhões à Guararapes como forma de compensação pelos direitos trabalhistas que teriam sido preteridos a empregados de facções de costura que prestam serviços terceirizados à Guararapes.
Na ação, o Ministério Público do Trabalho afirma que as facções, microempresas que desempenham parte da produção de peças de confecção, funcionam, na verdade, como extensão da Guararapes – portanto, caberia à empresa se responsabilizar pelos direitos trabalhistas de todos os funcionários. Na prática, o deferimento do pedido do MPT é visto como a decretação do fim do programa Pró-Sertão, que estimula a instalação de facções de costura no interior do estado.
Segundo Jairo, os “ataques” do MPT à Guararapes acontecem desde 2008. “Sofremos um ataque violento da procuradora responsável, que vem nos incomodando muito. (…) Obrigou o meu antecessor a assinar um TAC de 36 cláusulas, que por inexperiência caiu nessa armadilha e nos deixou reféns. Sofremos multa de milhões de reais, por causa de um TAC esdrúxulo, de cláusulas absurdas”, exemplificou, em tom de desabafo.
Ainda de acordo com o diretor industrial, as ações do órgão ministerial afugentam investidores locais e estimulam empreendedores a não investirem mais no Rio Grande do Norte. “A gente viu todo esse ataque desde o início do programa Pró-Sertão, com ações minando a Guararapes e indústrias que já foram embora. Outras… todo mundo está dizendo: ‘Deus me livre de ir para o RN, o MP de lá é o pior que existe’”, comentou.
Para Jairo, inclusive, as ações do Ministério Público do Trabalho têm sido a principal razão para o encolhimento da fábrica da Guararapes no estado. “A Guararapes chegou a ter quase 20 mil empregados e hoje tem menos de 8 mil em função do MPT. A empresa está cada vez mais saindo porque quem viver empreendendo num ambiente desse? É lamentável vermos os empregos indo embora”, assinala. “Se não querem a gente aqui, não vamos brigar não”, complementou.
Em sua declaração, o diretor industrial da Guararapes disse também que o fundador do grupo, Nevaldo Rocha, é injustiçado pelas autoridades. “É um absurdo assistir a tudo isso calado. É um homem visionário, um homem para quem o Rio Grande do Norte deveria fazer uma estátua e ovacionar, mas bota ele no banco dos réus, por gerar empregos”, frisou.
Jairo alertou que a situação socioeconômica do Rio Grande do Norte tende a piorar, caso a ação do MPT prospere na Justiça. “A minha última esperança é que a gente ganhe na Justiça, pois senão não há outro jeito a não ser acabar de vez o resto dos empregos que aqui ainda tem. Agora vocês imaginem esse estado mais demissões, menos investimentos, a violência vai explodir de vez… não vai dar para viver aqui”, pontua.
Por fim, o executivo pede engajamento da sociedade contra a ação do Ministério Público do Trabalho. “A chance é essa, todos se unirem e lutarem contra o MPT e as pessoas que estão fazendo essa onda de ataques e perseguição contra as empresas do Rio Grande do Norte”, afirma, completando que, em caso de vitória na Justiça, seria retirado de vez o “câncer que está acabando com os nossos empregos”.
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