Candidato do PDT à Presidência fez campanha em João Câmara (RN). Ele afirmou que situação do país gerou revolta da população com a política, mas que 'revolta sem ideia, só dá violência'.
Da redação com G1 RN
Por Igor Jácome, G1 — João Câmara
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou neste sábado (22) que "a política está falhando miseravelmente com o povo brasileiro", o que faz a população ver a política como uma "guerra odienta". A declaração do pedetista foi dada durante discurso em João Câmara, na região Agreste do Rio Grande do Norte.
Durante sua fala, o presidenciável elencou alguns dos problemas que, segundo ele, levaram o país ao 'desmantelo' e a uma 'revolta' da população com a política. Ele afirmou ainda que o discurso de ódio está forte a partir do Sul do país, mas que o Nordeste e as mulheres "vão salvar o Brasil do precipício".
"220 mil lojas foram fechadas nos últimos três anos no Brasil. 13 mil indústrias foram fechadas. Nesse desmantelo todo, o povo brasileiro olha para a política e, vamos concordar, o que o povo está vendo na política nos últimos anos do Brasil? Essa guerra odienta. É só ódio, é só um botando defeito no serviço do outro, é só um desfazendo o serviço do outro, é só violência. E ai, o que acontece? Parte muito importante do nosso povo perdeu a confiança", afirmou.
Ciro se disse preocupado com a parte grande dos brasileiros que ao invés do desânimo e da desistência, está revoltada.
"Não faltam razões, e nós temos que compreender o nosso povo. A política brasileira está falhando miseravelmente com o povo brasileiro. E a gente precisa entender com humildade e coração. O nosso povo está revoltado, e um povo revoltado sem causa, um povo revoltado sem a guia de uma ideia, um povo revoltado sem um plano para transformar essa revolta em alguma coisa produtiva que construa, só dá em ódio. Revolta sem causa, revolta sem ideia, só dá em violência".
Em seguida, o presidenciável afirmou que Jair Bolsonaro (PSL) entendeu esse sentimento de revolta do povo. "Eu estou é muito preocupado, porque lá do Sul para cá é muito forte a força desse discurso nazista, desse discurso violento, desse discurso do ódio. E a primeira vítima foi ele [Bolsonaro], que produziu essa aberração que nunca tinha acontecido no Brasil. Eu sei que o Nordeste, e em especial a mulher brasileira, vão nos salvar desse precipício".
O presidenciável encerrou sua fala citando o ex-presidente Lula e o candidato do PT, Fernando Haddad. Ciro se disse amigo do seu adversário, mas usou a derrota do petista na eleição em 2016 para questionar o candidato.
"Eu e o Lula apoiamos o Haddad há menos de dois anos, na reeleição de São Paulo. Ele não só perdeu no segundo turno não. Ele perdeu para nulo e branco. Perdeu em todas as urnas nos bairros ricos, nos bairros de classe média e nos bairros de pobre. Será que o Brasil, nessa hora, com essa crise violenta que eu descrevi, aguenta fazer experiência com alguém que simplesmente não teve a condição de receber de volta do povo a aprovação do seu próprio governo, numa prefeitura. E vai dar conta de governar o Brasil nesse ambiente de ódio e de radicalismo?".
Mais cedo, em Salvador, o candidato já havia feito um discurso de teor semelhante, quando afirmou que nenhum político merece que famílias se dividam por 'radicalismo' ou ódio'. Durante a manhã, o candidato cumpriu agenda em Minas Gerais. Veja abaixo na matéria do Jornal Nacional:
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