Da redação
Por Luciana Amaral
Do UOL, em Brasília
O governo federal lançou hoje o plano AgroNordeste que pretende estimular o desenvolvimento socioeconômico sustentável do meio rural da região. O objetivo é aumentar a renda de produtores em até 50% a médio prazo.
Segundo o Ministério da Agricultura, o plano vai ser implementado em 230 municípios abrangendo todos os estados nordestinos mais área do norte de Minas Gerais ao longo das safras referentes a 2019 e 2020.
A iniciativa será dividida em 12 territórios, com população rural de 1,7 milhão de pessoas e 410 mil estabelecimentos. A expectativa do governo é que a ação seja expandida a 30 territórios até 2021.
Alguns produtos assessorados serão arroz, leite, mel, frutas, ovinos, crustáceos, caprinos, mandioca, feijão, tomate, cebola e cachaça.
O foco do AgroNordeste são pequenos e médios produtores que comercializam parte da produção, porém, têm dificuldade em expandir o negócio. Por meio do programa, o governo federal quer aumentar a assistência técnica, abrir mercados, fortalecer a organização dos produtores, garantir segurança hídrica e elevar a qualidade dos produtos.
Na prática, o AgroNordeste será promovido por Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Organização das Cooperativas Brasileiras, Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Banco do Nordeste e Banco do Brasil.
De acordo com o ministério, a escolha dos territórios considerou clima, solo, recursos naturais, situação agrária, agropecuária, infraestrutura e nível socioeconômico.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou ao salão nobre do Palácio do Planalto, onde aconteceu o evento, abraçado à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, cuja pasta é responsável pelo programa.
O ato acontece menos de 24 horas depois de o diretor do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), João Carlos de Jesus Corrêa, ser demitido por pressão política de ruralistas. Tereza Cristina e o secretário de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia, não quiseram comentar a demissão após o evento.
Em discurso, a ministra defendeu que o governo Bolsonaro acabou com diferenciações no tratamento de assentados e pequenos, médios e grandes agricultores. Ela afirmou que o programa não sofrerá com orçamento interrompido.
No entanto, a Embrapa, por exemplo, uma das apoiadoras do AgroNordeste e elogiada nas falas do evento, pode perder 45% de seu orçamento para 2020 afetando pesquisas e a folha de pagamento. A verba final será decidida pelo Congresso Nacional.
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