Áreas de instabilidade da Zona de Convergência Intertropical e a recente passagem de uma frente fria pelo litoral da Bahia espalharam nuvens carregadas sobre o Nordeste levando chuvas à maioria dos estados da região na segunda-feira. Para hoje, a previsão é de tempo nublado com possibilidade de chuvas esparsas, na região litorânea e no Agreste, onde o inverno está começando.
Canindé Soares
Moradores da cidade transformam barragem em área de lazer
No final de semana, a Empresa de pesquisa Agropecuária (Emparn) registrou a ocorrência de chuvas em 51 postos de medição, as maiores nos municípios de São Bento do Norte, na mesorregião Central e em São Bento do Trairi, no Agreste - 125 milímetros. Mas choveu forte – e o boletim da Emparn não registra – no município de São Tomé, que fica na divisa das regiões Seridó, Agreste e Central.
De acordo com o prefeito Gutemberg Pereira da Rocha (PMDB), a chuva ficou em torno de 150 milímetros, mas chegou a 170 milímetros em algumas localidades. “Foi uma chuva diferente, uma chuva que nós chamamos aqui de ‘recuada’. Foi forte e concentrada numa área relativamente pequena”, explicou.
A chuva encheu uma barragem de 2 milhões de metros cúbicos que estava completamente seca. A barragem transbordou no final da tarde de sábado, para alegria dos moradores. Segundo blogueiros, foram quatro horas de chuva, que começou com ventos fortes, relâmpados e trovões. Os riachos desceram com água para o leito do Rio Potengi.
Com uma área de 862 quilômetros quadrado, população estimada de 11 mil habitantes e 33 comunidades rurais, São Tomé é abastecida pela adutora Monsenhor Expedito, que capta água na Lagoa do Bonfim, em Nísia Floresta, e também por poços tubulares. Desde o ano passado, 13 caminhões-pipa levam água para a zona rural. “Mesmo com as cisternas já tendo um pouco de água em algumas localidades, não é possível desativar o carro-pipa agora”, disse o prefeito lembrando que, por tradição, o sertanejo dificilmente armazena as primeiras águas das chuvas. Isso porque as telhas estão sujas, aumentando o risco de transmissão de doenças através da ingestão do produto contaminado.
Para Gutemberg, a solução definitiva para o abastecimento tanto da área urbana como da rural seria a construção de uma grande barragem no leito do rio Potengi. “É um projeto antigo, desde 1954. A construção da barragem traria inúmeros benefícios para o Rio Grande do Norte, um deles a perenização do rio, evitando assim o seu assoreamento.” Outro benefício citado pelo prefeito é a produção alimentos (grãos) e de projetos na área da piscicultura. “Em vez de trazer água de Bonfim para cá, com a barragem faríamos o inverso, preservando assim as dunas de Natal.”
TRIBUNA DO NORTE
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