Deputado do Solidariedade afirma que gestão do PDT é “do tempo dos dinossauros”: “É preciso ousar”
Joaquim Pinheiro
Repórter de Política
O deputado Kelps Lima admitiu ser candidato a prefeito de Natal nas eleições do próximo ano. Ao ser questionado sobre o assunto durante entrevista exclusiva a ´O JORNAL DE HOJE neste sábado o deputado do Solidariedade que se encontra no exercício do seu 2º mandato afirmou: “qualquer político que ama sua cidade quer um dia ser prefeito dela”. Kelps Lima disse que “é preciso ousar na administração e sair de uma gestão do tempo dos dinossauros, trazendo a modernidade e o desenvolvimento que o potencial de Natal exige”. Segundo Kelps Lima foi reeleito com 59.619 votos dos quais 17.750 na capital. Sua principal pauta na Assembleia Legislativa tem sido trabalhar e contribuir com debate para modernizar a gestão pública no Estado. Ele aprovou projeto acabando com marcas e slogans de governo, retirar foto de governante de prédios públicos e proibir inauguração de obras inacabadas. Segue a entrevista:
O JORNAL DE HOJE – Que avaliação o senhor faz dos primeiros dias do governo Robinson Faria?
KELPS LIMA – Ainda é cedo para fazer uma avaliação. O governador está bem intencionado, mas há uma expectativa no anúncio de medidas fortes para tentar ordenar o desalinhamento administrativo e o rombo nas finanças. A única medida anunciada com maior repercussão foi o fim da residência oficial que foi um projeto apresentado por nós na Assembleia Legislativa e rejeitado pelos deputados. Mas irei apresentar novamente.
JH – O governador disse recentemente que recebeu todas as secretarias com déficit. Qual é a alternativa para tirar o Estado dessa situação?
KL – O governador precisa tomar medidas administrativas forte para modernizar a administração pública e dinamizar nossa economia. Com as medidas administrativas ele melhora o custeio e com a dinamização da economia haverá melhora na arrecadação. Isso é o que o Estado precisa, além da implantação da meritocracia na administração pública estabelecendo metas, índices de desempenho em todos os níveis, modernização da logística do Estado desde um novo sistema de compras passando por uma otimização no armazenamento e distribuição dos produtos e serviços adquiridos pelo Estado. Hoje uma viatura da polícia que recebe uma ordem de serviços em São Paulo do Potengi vem abastecer o carro no Centro Administrativo. O Estado compra mal, armazena mal e distribui mal.
JH – Esse caos herdado tem culpado ou culpados?
KL – A gestão de cada um dos governadores anteriores colaborou com a falência do Estado. No caso de Wilma e Rosalba em maior escala.
JH – Os governos têm sido omissos, incompetentes ou maus gestores?
KL – Têm sido amadores e maus gestores. Por exemplo: a ocupação política de cargos estratégicos do Estado é algo que precisa ser exterminada da administração pública.
JH – Então, o governador Robinson Faria acertou indicando pessoas técnicas para o secretariado?
KL – A avaliação dos atuais secretários só poderá ser feita daqui a alguns meses.
JH – A decisão do governador de não ocupar a casa oficial atende sugestão sua feita através de um projeto encaminhado à Assembleia Legislativa?
KL – Atende. Acho que foi uma decisão adequada e oportuna. Espero que ele siga outros 2 projetos que apresentei na Assembleia Legislativa que Robinson prometeu na campanha eleitoral que é regulamentar o uso da verba publicitária e enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa estipulando critérios técnicos objetivos para ocupação de cargos comissionados.
JH – Que outras sugestões o senhor faria ao governador?
KL – Considero importante priorizar os principais setores da economia do Estado em especial o turismo com obras de infraestrutura. Sem aumentar a arrecadação não sairemos do caos financeiro.
JH – Como o senhor analisa o processo sucessório na Assembleia Legislativa?
KL – Com aproximação da posse dos novos deputados tem crescido as articulações em torno da eleição. Acredito na vitória do deputado Ricardo Motta por ser ele quem mais aglutina os diversos pensamentos diferentes da Assembleia Legislativa. Ricardo é conciliador e nesse momento é disso que a Assembleia está precisando.
JH – É verdade que o senhor deseja ser candidato a prefeito de Natal em 2016?
KL – Qualquer político que ama sua cidade quer um dia ser prefeito dela, mas esse não é nosso foco agora. Me deixa triste ver Natal com uma gestão tão convencional. Afinal em 2016 já serão 10 anos de Carlos Eduardo prefeito. Nesse período Natal melhorou em quê? O transporte é o mesmo, a saúde é a mesma e o fluxo turístico piorou. As únicas obras realizadas pela atual administração foram idealizadas e tiveram seus projetos aprovados quando eu era secretário de Mobilidade Urbana. São as obras da Copa do Mundo.
JH – O que é preciso ser feito para Natal melhorar?
KL – É bom reconhecer que num primeiro momento o prefeito conseguiu estabilizar administrativamente a cidade, mas ficou só nisso. É preciso ousar na administração. Tem que sair de uma gestão do tempo dos dinossauros trazendo a modernidade e o desenvolvimento que o potencial de Natal exige. O atual formato de coleta de lixo, por exemplo, é tão atrasado que deixa caçambas transbordando lixo na calçada da principal praia da cidade que é Ponta Negra. Isso é um absurdo.
O Jornal de Hoje
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