‘O tamanho do aeroporto, os seus custos, a capacidade das pistas e o tempo de construção” são os critérios que a companhia aérea TAM vai analisar para definir onde irá implantar um centro de conexões de voo no Nordeste - investimento conhecido como “hub” e que é disputado pelos aeroportos de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, de Recife (PE) e Fortaleza (CE). Esse foi um dos pontos destacados pelo CEO da LATAM (grupo formado pela TAM Linhas Aéreas e pela chilena LAN Airlines), Ignacio Cueto, em entrevista ao jornal chileno El Mercurío. Ele reafirmou a continuidade do estudo de viabilidade do centro de conexões, mesmo com a recém-anunciada redução de operações da companhia aérea no Brasil. A escolha do local, confirmou ele, será mesmo feita ainda este ano.
Adriano AbreuO tamanho do aeroporto e as pistas estão entre os pontos analisados pela companhia, em estudos
Na entrevista publicada pelo periódico chileno no último domingo (26), Ignacio Cueto afirmou que o grupo LATAM permanecerá consolidando o Hub Guarulhos, o centro de conexões “mais importante” do Brasil, e reiterou a “evolução” do plano de estudo para implementação do Hub Nordeste. “O mais importante é ter um aeroporto com estrutura suficiente para que realmente possamos operar como hub, e para isso temos que ver o tamanho do aeroporto, seus custos, as pistas e o tempo de construção”, explicou o CEO.
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Ele não falou sobre prazos para implantação do hub. Mas a TAM havia anunciado que, com a definição da cidade que receberá o Hub, as obras de implementação do centro devem começar em seguida. A previsão é que as operações sejam iniciadas em dezembro de 2016. O investimento disputado pelas três cidades nordestinas alcança o valor de U$ 1,5 bilhão. Entre os atrativos e expectativas governamentais, estão oportunidades para novos voos, destinos, rotas e conexões para todas as regiões brasileiras, além de voos internacionais para a Europa e América do Sul.
Ajustes
Apesar das perspectivas geradas a partir do novo hub, Cueto reconheceu que serão necessários cortes, principalmente, para manter a saúde financeira da LATAM. De acordo com ele, a economia brasileira não tem conseguido decolar e o tráfego aéreo do país segue desacelerado. Na semana passada, a TAM anunciou que as operações no Brasil serão reduzidas entre 8% e 10% até o final do ano, o que impactará em demissões (2% dos cerca de 28 mil trabalhadores) e exclusão de voos, por exemplo, além de colaborar para contenção de U$ 800 milhões até 2018.
Segundo o CEO, contudo, os brasileiros podem ficar tranquilos. “Nós não estamos retirando nenhuma rota. A companhia seguirá levantando voo e aterrizando nos mesmos 46 destinos, mas, com alguns ajustes de frequencia”, comentou Cueto. As mudanças mencionadas dizem respeito, em especial, às rotas noturnas, que são mais caras para operar. Na prática, as reduções visam os trajetos que possuem duas ou três frequências diárias.
Ainda conforme Cueto, até o final deste ano, a LATAM vai receber a sua primeira aeronave A350 – pioneira na economia de combustível – e no próximo mês de outubro começará a operar voos para Barcelona. Toda essa reorganização operacional, porém, tem um único objetivo: melhorar os números da empresa. Conforme Cueto, a companhia teve um primeiro trimestre com perdas “principalmente não operacionais” de U$ 39 milhões, bem distantes dos U$ 329,8 milhões negativos no mesmo período de 2013, mas, que ainda assim expõem um resultado ruim.
A projeção para o futuro, entretanto, é tímida. “Os avanços e mudanças que estamos implantando têm se dado ao longo de um período de baixos retornos. Após a fusão, 48% de nossa receita vem do Brasil e, naquela época, ele crescia 5,5% ao ano. Hoje, o país tem uma queda de quase 2% ao ano”, disse. E completou: “Mas, se alguém quer grandes resultados, teremos que esperar dois ou três anos”.
Fonte: Tribuna do Norte
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