por Diógenes Dantas, De Brasília
Nilson Bastian/Agência Câmara
A votação do impeachment está marcada para as 14h deste domingo. O resultado deve ser anunciado por volta das 22h.
Em clima de grande tensão, o plenário da Câmara dos Deputados decidirá hoje (17) a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A bancada do Rio Grande do Norte é majoritariamente favorável ao afastamento da petista.
Dos sete deputados federais, apenas uma parlamentar, Zenaide Maia (PR), se mantém no grupo dos que não declararam o voto.
Antônio Jácome (PTN), Beto Rosado (PP), Fábio Faria (PSD), Felipe Maia (DEM), Rafael Motta (PSB), Rogério Marinho (PSDB) e Walter Alves (PMDB) manifestaram apoio ao impeachment.
Ausência
A informação que circulava ontem (16) era que Zenaide Maia se ausentará da sessão histórica. A deputada tem um irmão, ex-deputado João Maia (PR), numa das vice-presidências do Banco do Brasil.
Zenaide compôs a Comissão Especial que analisou o pedido de impeachment, mas não chegou a votar o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impedimento de Dilma por 38 a 27 votos. Ela renunciou sob a justificativa de problemas de saúde na família.
Debandada
Pelo menos dois deputados federais do RN decidiram votar a favor do impeachment na semana decisiva, marcada pela debandada de partidos da base governista.
O primeiro deles foi Beto Rosado Segundo. O PP (Partido Progressista) havia declarado apoio a Dilma, mas a bancada na Câmara achou melhor apostar num eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
“A bancada do PP já tinha uma tendência a votar a favor do impeachment. O comando da legenda entendeu esse posicionamento”, garantiu Rosado, tido como indeciso até terça-feira (12).
O caso mais rumoroso foi o do deputado Fábio Faria (PSD). Filho do governador Robinson Faria (PSD), Fábio anunciou apoio ao impeachment no mesmo dia que o partido se entendeu com Temer. Resultado: o PT do Rio Grande do Norte entregou todos os cargos que tinha na gestão de Robinson faria, rompendo a aliança política existente desde a campanha eleitoral de 2014.
Ontem, no vale-tudo em busca de apoios, a força-tarefa montada por Lula cobrava do governador Robinson Faria a reciprocidade pelo apoio dado na última campanha. O líder petista chegou a gravar um vídeo de apoio a Robinson considerado fundamental na vitória do governador contra Henrique Eduardo Alves (PMDB).
Na visão do Palácio do Planalto, chegou a hora de Robinson pagar a dívida, forçando o filho a votar com Dilma neste domingo. A probabilidade que isso ocorra é zero.
A Câmara dos Deputados segue numa maratona de discursos dos parlamentares desde a manhã da sexta-feira (15), numa das sessões mais longas da casa legislativa dedicada ao mesmo tema.
A votação do impeachment está marcada para as 14h deste domingo. O resultado deve ser anunciado por volta das 22h.
Esta é a segunda votação de um pedido de impeachment desde a redemocratização do país. O primeiro e único aprovado foi o do ex-presidente Fernando Collor, em 1992.
Passados 24 anos, chegou a vez de a presidente Dilma Vana Rousseff passar pela mesma agonia.
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