terça-feira, 23 de janeiro de 2018

EMPARN: Previsão é de bom inverno no Rio Grande do Norte

Da redação com Tribuna do Norte
Por Yuno SilvaRepórter

As chuvas que caíram este fim de semana no Rio Grande do Norte, e trouxeram esperança para o fim de um ciclo de seca de seis anos consecutivos no Estado, deverão continuar. A expectativa para o semiárido potiguar é de que até o mês de abril, o acumulado alcance ou até supere os 600 milímetros. De acordo com informações da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), as precipitações são ocasionadas pelo alinhamento de quatro fatores atmosféricos que favorecem a formação de nuvens carregadas sobre a região Nordeste: o fenômeno La Niña, que esfriou a superfície do oceano Pacífico, mais a baixa intensidade da atividade solar, a redução de ventos sobre a região Nordeste e o aumento da temperatura das águas na porção sul do Atlântico. A combinação climática traz um aumento significativo no volume das chuvas, e os dados meteorológicos indicam uma tendência de “normal” a “acima do normal”. 

Em Santana do Matos, município da microrregião da Serra de Santana, em situação de colapso no abastecimento, população faz fila, diariamente, para pegar água
Em Santana do Matos, município da microrregião da Serra de Santana, em situação de colapso no abastecimento, população faz fila, diariamente, para pegar água 

Entre sexta-feira (19) e a manhã de ontem, choveu em 96 municípios do RN nas regiões Agreste, Central e Alto Oeste. A região Oeste do RN recebeu o maior volume: segundo boletim da Emparn, que registrou medições em 98 postos de monitoramento, Ipanguaçu foi a cidade que teve o maior volume com 117,5 mm, seguida por Assu (108,7 mm), Frutuoso Gomes (90 mm), Pedra Grande (86,1 mm) e Pilões (76,8 mm). Em Natal, foram 32,9 mm de chuvas no fim de semana. 

“O aumento da temperatura no Atlântico sul está sendo assimilado pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), sistema responsável pelas chuvas na região Nordeste”, destacou Gilmar Bristot, gerente de meteorologia da Emparn. Ele explicou que a condição atmosférica observada no mês de dezembro foi atualizada, e que novos modelos foram alimentados com dados das duas primeiras semanas de janeiro – comprovando as previsões que a Emparn vinha defendendo de chuvas dentro da média ou acima da média.

“Dezembro passado apresentou uma característica pluviométrica inerente ao clima semiárido, que é alta variabilidade temporal e principalmente espacial na ocorrência das chuvas. Esse comportamento resulta da atuação de sistemas meteorológicos de difícil previsibilidade, como é o caso dos Vórtices Ciclônicos de Ar Superior (VCANS) e Frentes Frias, comuns sobre a região nesta época do ano”, acrescentou Bristot. Ele lembra que 93% do território potiguar possuem características do clima semiárido.

Gilmar Bristot, da Emparn, disse que, no acumulado até abril, as chuvas podem superar 600 mm
Gilmar Bristot, da Emparn, disse que, no acumulado até abril, as chuvas podem superar 600 mm 

Avaliação climática
O gerente de meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, participou na manhã de ontem, através de videoconferência, do 20º Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino. Realizado em Fortaleza (CE), pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o evento reuniu especialistas de centros de meteorologia da região Nordeste, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Na ocasião, os indicadores analisados atestam uma tendência de consolidação de um período de boas chuvas. “A informação sobre a quadra chuvosa é importante não só para o setor agropecuário, mas também para toda economia do Rio Grande do Norte”, avaliou Bristot.

Precipitações
Volume de chuvas registrado entre 7h da sexta-feira (19) e 7h de segunda (22). Segundo dados da Emparn, 96 cidades registraram precipitações:

Região Oeste
Água Nova: 20,3mm
Ipanguaçu 117,5 mm
Assu 108,7 mm
Frutuoso Gomes 90 mm 
Pilões 76,8 mm 
Itajá 64,5 mm 
Parau 58,5 mm 
Lucrécia 50 mm 
Marcelino Vieira 50 mm 

Região Central
Angicos 64,2mm 
Jardim do Seridó 45,4mm 
Parelhas 14,2mm 
Ouro Branco 14mm 
Lajes 12,3mm 

Região Agreste
Santa Cruz 54 mm 
Monte Alegre 40 mm 
Parazinho 36,9 mm 
Rui Barbosa 36,4 mm 
Ielmo Marinho 19 mm 

Região Leste
Pedra Grande 86,1 mm 
Sen. Georgino Avelino 50,4 mm 
Canguaretama 43,3 mm 
Parnamirim 33,6 mm 
Natal 32,9 mm 

Fonte: Emparn

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