Da redação
Com informações da TRIBUNA DO NORTE
As informações técnicas disponíveis aos principais serviços de meteorologia do Nordeste continuam indicando um inverno com chuvas dentro da média para a região este ano. Esses parâmetros indicam que o veranico neste mês de março chega ao fim no próximo final de semana, mas a Emparn admite a possibilidade da previsão não se concretizar e estarmos diante de mais um ano de seca no Rio Grande do Norte. O serviço de meteorologia já expôs ao governo, esta semana, que os gestores já devem considerar essa possibilidade.
saiba mais
Até a primeira semana de março, quando havia registro de chuvas em quase todas as regiões do Estado, valia a previsão feita por especialistas de vários institutos do país quanto ao inverno entre normal e acima do normal entre os meses de março até maio para o semiárido. Uma oscilação, segundo a Emparn, continua atuando em quase todo o Nordeste e ocasionando a falta de chuvas mesmo quando todos os outros parâmetros indicam que deveria estar chovendo na região.
“Vamos nos reunir na próxima terça-feira, em Recife-PE, para tentar entender o que está havendo. Mas a condição, hoje, é semelhante ao que ocorreu nos últimos cinco anos”, disse Gilmar Bristot, que coordena o serviço de meteorologia da Emparn.
Segundo ele, os modelos mostram que o veranico iniciado com a chegada do mês de março deve chegar ao fim já no neste sábado (24). Mas admite que o otimismo já não o mesmo de quando chegaram à conclusão que 2018 iria interromper uma sequência de seis anos de seca severa para o semiárido do Nordeste. “Pode ter um mês de abril com muita chuva? Pode, mas elas eram esperadas mesmo em março, quando historicamente é o mais chuvoso da quadra”.
Para Bristot, se não chover entre 200 milímetros e 250 milímetros o próximo mês, haverá a certeza de mais uma seca. A condição de estiagem em março, segundo ele, é a mesma para todos os estados do Nordeste, com exceção de algumas poucas áreas onde há registro de precipitações nessas duas últimas semanas.
O momento para o agricultor deve ser de cautela, alerta o meteorologista, que orienta a prioridade a culturas como sorgo e feijão em função dos ciclos de colheita mais curtos. As duas próximas semanas serão decisivas para quem plantou aproveitando as chuvas de fevereiro e contava com um mês de março tradicionalmente bom. A lavoura não se desenvolveu aos mais de 20 dias estiagem.
O efeito prático da estiagem é que apenas três municípios potiguares registraram chuvas dentro da normalidade. Até sexta-feira (23), 113 cidades estavam ‘muito secas’ e outras 20, ‘secas’. Este mês, o Governo publicou um novo decreto — o décimo consecutivo — de situação de emergência pela seca em 153 municípios. Uma das maiores preocupações é quanto à situação dos reservatórios que, de um total de 47 açudes e barragens, 32 estão secos ou em volume morto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário