Quadriciclos transitam pela praia e são principal problema em São Miguel do Gostoso
Da redação com Folha de São Paulo
Por Roberto de Oliveira
Nos últimos verões, uma pequenina cidade no norte do Rio Grande do Norte entrou na rota turística nacional: São Miguel do Gostoso.
Em pouco menos de dez anos, o movimento de turistas levou a uma explosão de pousadas, bares, restaurantes e receptivos de viagem que acabaram ofuscando a beleza do lugar e deixando na memória a sua antiga tranquilidade.
Uma das praias de Gostoso, apelido carinhoso da cidadezinha, facilmente poderia figurar numa hipotética lista das dez mais lindas do Brasil: Tourinhos.
A posição geográfica favorece seu desenho. A praia é uma enseada de águas claras e mornas, com uma duna de areia petrificada de aproximadamente oito metros de altura, formada há cerca de 2.000 anos. De lá, a vista da baía é deslumbrante.
Tourinhos também tem sido tomada de forma desordenada por barracas na areia. Nem todas elas acatam exigências mínimas de higiene.
Para piorar a situação, os quadriciclos invadiram o local, pilotados por pessoas que não respeitam a faixa de areia e muito menos os pedestres. No fim de 2018, houve um registro de morte em acidente com esse tipo de veículo, de uso indisciplinado na região. Como se não bastasse isso, bugueiros e motoristas de carros com tração 4x4 insistem em transitar pela praia.
É triste constatar que o impacto provocado pelo turismo predatório, aliado à incompetência do poder público municipal, pode destruir um dos recantos mais belos do país.
No meio da semana, quando poucos banhistas encaram os seis quilômetros de distância entre São Miguel do Gostoso e Tourinhos, aí sim, é possível reconhecer quanto a natureza ali foi generosa.
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