Estado chega ao 8º dia de rebeliões; 14 presídios já tiveram motins.
Fernanda ZauliDo G1 RN
Os 215 homens da Força Nacional que chegaram ao Rio Grande do Norte nesta terça-feira (17) começam a atuar nas unidades prisionais do estado nesta quarta (18). De acordo com a secretária estadual de Segurança Pública, Kalina Leite, eles estão desenvolvendo um trabalho de "reconhecimento e planejamento" para começar as ações efetivas.
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"Na verdade esse trabalho de reconhecimento e planejamento já começou ontem (terça) e hoje eles serão distribuídos nos presídios", disse a secretária.
Na manhã desta quarta-feira (18), presos do Centro de Detenção Provisória de Potengi realizaram um novo motim. Segundo Marcos Paulo de Souza, diretor da unidade, o tumulto começou por volta das 7h, mas já foi contido. Das 33 unidades prisionais do estado, 14 já tiveram os presos rebelados nos últimos sete dias.
Desde a última quarta-feira (11) os presídios do Rio Grande do Norte são alvos de rebeliões. Na Zona Norte de Natal, quatro unidades registraram rebeliões: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Também aconteceram revoltas no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; no Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga, também em Nísia Floresta; e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), em Parnamirim.
No interior foram registradas revoltas na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró; na Cadeia Pública de Mossoró; no Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi, na região Agreste; na Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó; e nas cadeias públicas de Caraúbas e Nova Cruz.
Ceduc
Além das unidades prisionais, o Centro Educacional de Caicó também registrou uma rebelião na trade de terça. Os menores infratores fizeram quatro socioeducadores reféns. A rebelião foi contida na manhã desta quarta-feira pela Polícia Militar com a invasão do Centro Educacional de Caicó. Os reféns foram libertados sem ferimentos. A PM não sabe se o motim no Ceduc de Caicó está relacionado com a onda de rebeliões que acontece no sistema prisional potiguar desde a semana passada.
Crise
A crise no sistema prisional do estado levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional. A secretária de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Kalina Leite, assumiu a pasta interinamente.
Reinvidicações
Uma TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis para jogar bola na quadra e material de artesanato estão entre as reivindicações dos detentos do presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Os pedidos dos presos, que fazem uma série de rebeliões desde a semana passada, estão em uma carta obtida com exclusividade pelo G1.
Além da carta, detentos gravaram vídeos em que fazem uma série de exigências, como a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas (veja abaixo). Esta é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do início das rebeliões.
A situação levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que"não vai negociar com preso". Segundo o Ministério Público, a população carcerária no Rio Grande do Norte é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
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