quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Dilma pede maior participação dos países em desenvolvimento na ONU

Foto: Portal Brasil
A presidenta Dilma Rousseff pediu nesta quarta-feira (24) mais participação dos países em desenvolvimento na Organização das Nações Unidas (ONU) e um diálogo amplo para a resolução dos problemas internacionais.

As declarações foram feitas durante o tradicional discurso de abertura da 69ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em sua fala, a presidenta ressaltou que o envolvimento desses países é insuficiente nos processos decisórios em instituições financeiras internacionais como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. “É inaceitável a demora na ampliação do poder de voto dos países em desenvolvimento nessas instituições. O risco que estas instituições correm é perder sua legitimidade e sua eficiência”, disse.

A presidenta ainda chamou atenção aos problemas de segurança que o mundo vive. Para ela, a solução dos conflitos não está somente no uso da força, mas sim em negociações efetivas entre as partes. “Não temos sido capazes de resolver velhos contenciosos nem de impedir novas ameaças. O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. Isso está claro na persistência da Questão Palestina; no massacre sistemático do povo sírio; na trágica desestruturação nacional do Iraque; na grave insegurança na Líbia; nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia. A cada intervenção militar não caminhamos para a Paz, mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos”, destacou.

A área da saúde também teve destaque no discurso de Dilma Rousseff. Na sua visão, o mundo não pode ficar indiferente ao vírus ebola. “Apoiamos a proposta do Secretário-Geral de estabelecer a Missão das Nações Unidas de Resposta Emergencial ao ebola. O Brasil será inteiramente solidário a isso”, comentou.

Dilma destacou ainda a retirada do Brasil do mapa mundial da fome, conforme relatório divulgado na semana passada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), e citou ações do governo brasileiro nas áreas de participação e igualdade social, criação de empregos, políticas de acesso à educação e marco sobre governança na internet. 

A Reforma no Conselho

Em seu discurso, Dilma destacou soluções como a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Para a presidenta, o momento é propício para que a instituição promova mudanças internas visando uma maior representação mundial. “Os 70 anos das Nações Unidas, em 2015, devem ser a ocasião propícia para o avanço que a situação requer. Estou certa de que todos entendemos os graves riscos da paralisia e da inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Um Conselho mais representativo e mais legítimo poderá ser também mais eficaz”, analisou.

De acordo com a posição brasileira, o Conselho de Segurança - composto atualmente por apenas cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) e com poder de veto - necessita, para ter legitimidade, ser dotado de mais vozes, com a ampliação do número de membros permanentes e não permanentes (atualmente dez, com mandatos de dois anos), dando mais representatividade a países em desenvolvimento.

Outras atividades

Também hoje, após a 69ª Assembleia Geral, o Conselho de Segurança se reunirá para tratar especificamente do Estado Islâmico. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que presidirá a reunião, quer que os países-membros aprovem uma resolução obrigando-os a criar leis para impedir que seus cidadãos se unam ao grupo extremista, que conta com “voluntários” de diferentes nacionalidades.

Costume

Seguindo a tradição iniciada em 1947 por Oswaldo Aranha, o primeiro orador na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) é um brasileiro.

Fonte: De Fato

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