Embora outros nomes tenham sido especulados para o Governo, a pouco menos de um ano do pleito, no entanto, apenas quatro despontam como nomes “cristalizados” na disputa.
Da redação
Com informações do AGORA RN
Desde que as eleições de 2018 para o Governo do Estado passaram a compor a pauta de articulações políticas no Rio Grande do Norte, nomes de segmentos diversificados foram especulados para a disputa. Diversos políticos tradicionais, nomes do empresariado e até membros do Poder Judiciário já esboçaram, em momentos distintos, interesse em disputar a cadeira de governador no ano que vem.
A pouco menos de um ano do pleito, no entanto, apenas quatro despontam como nomes “cristalizados” na disputa. São pré-candidatos que, pelas ações que vêm desempenhando, demonstram possibilidade remota de desistirem da intenção de concorrer ao cargo. São eles o atual governador, Robinson Faria (PSD); a senadora Fátima Bezerra (PT); o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT); e a vereadora no município de Grossos Clorisa Linhares (PSDC).
Robinson encabeça a lista por ser considerado “candidato natural”, já que ocupa o cargo atualmente e pode disputar a renovação do mandato. Ao seu favor, há o fato de ele estar com o “comando da máquina”, tendo chances, portanto, de realizar ações que alavanquem seu nome para a próxima eleição.
O que poderia ser uma vantagem, porém, pode se transformar no principal calo do governador. O sucessor de Rosalba Ciarlini vem conduzindo uma gestão mal avaliada – sobretudo na área de segurança pública. Além disso, Robinson é alvo de inquéritos no Superior Tribunal de Justiça por suposto envolvimento no escândalo da JBS (ele é acusado de receber propina da empresa na campanha em que foi vitorioso, em 2014) e na operação “Dama de Espadas” (ele é investigado por suposto envolvimento em um esquema de desvios na Assembleia Legislativa, da qual foi presidente).
O segundo nome é o de Fátima Bezerra. Uma eventual candidatura da petista é considerada “sem riscos políticos”, haja vista que ela poderá continuar exercendo o mandato de senadora até 2022, mesmo que perca a eleição. Ela vem tendo bom desempenho em pesquisas de intenção de voto e conta com o fato de ser um nome conhecido em todas as regiões do estado.
Apesar disso, a senadora terá de administrar o desgaste de seu partido – o PT, que teve vários de seus filiados alvos de investigações, incluindo o líder máximo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já foi condenado à prisão em um dos processos pelos quais responde na Justiça.
O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, é tido como a principal aposta do grupo político que perdeu a eleição em 2014 com o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB). A favor do gestor municipal, está seu forte capital político em Natal e uma administração que, apesar de problemas recentes e da crise econômica, é regularmente avaliada como positiva pelos natalenses.
Pesa contra o prefeito, contudo, sua ligação com o ex-ministro e primo Henrique Alves, que está preso há mais de cinco meses por envolvimento na operação Lava Jato. A mesma operação que levou Henrique para a prisão também implicou um secretário da gestão Carlos Eduardo: o então titular da Secretaria de Obras, Fred Queiroz. Ele também foi preso preventivamente, mas foi solto após fechar acordo de colaboração premiada.
Por fim, o nome mais recente na “pré-campanha” é o da vereadora de Grossos Clorisa Linhares. Como aspecto negativo, está o fato de ela ainda ser “desconhecida” em outras regiões do estado que não a Costa Branca, onde é vereadora. No entanto, suas opiniões contundentes e a experiência em outras funções vêm lhe gabaritando para a disputa. Ex-agente do Sistema Penitenciário do Rio Grande do Norte, casada com um delegado de Polícia Civil e servidora do Poder Judiciário, Clorisa é advogada e contabilista.
Filiada ao PSDC, a vereadora vem fazendo duras críticas ao atual governo e tem opiniões firmes sobre a problemática da segurança pública e do desenvolvimento econômico do estado. No primeiro aspecto, ela se notabilizou nos últimos dias por defender a adoção da prisão perpétua e do trabalho forçado para presos. Na questão econômica, a vereadora é uma das críticas ao tratamento dado pelo Poder Público à indústria extrativa – sobretudo a do sal marinho. Ela defende incentivos e “união de esforços” para recuperar a economia do estado.
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