Por Yuno Silva - Repórter
A taxa de natalidade em 2016 caiu 9,85% no Rio Grande do Norte em relação ao ano de 2015, índice quase duas vezes superior à média do Brasil, de 5,1%, registrada no mesmo período. Foi a primeira queda desses números desde 2010. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem pesquisa sobre Estatísticas do Registro Civil. O levantamento do IBGE se embasa em quatro variáveis principais: nascimento, óbitos, casamentos e divórcios. “Esses quatro itens estão na base das estatísticas, e os resultados apurados no RN refletem uma tendência nacional”, avaliou Ivanilton Passos, analista do IBGE no Estado.
Em 2016, RN teve 45.203 nascidos vivos, número abaixo de 2015
Em números gerais, a taxa de óbitos cresceu 7,18% de um ano para o outro, 20.394 mortes no RN em 2016 contra 20.027 no ano anterior. Segundo o IBGE, a mortalidade masculina é onze vezes superior à feminina entre pessoas de 20 a 24 anos, sobretudo devido a causas externas como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais – se forem consideradas apenas as mortes por causas naturais, esse índice de sobremortalidade masculina cai para 2,2 nessa faixa etária.
Passos acredita que se o ritmo atual da relação entre natalidade e mortalidade for mantido, “a partir de 2038 o País passará a experimentar uma redução populacional”. O analista destaca que pirâmide etária no Brasil vem passando por um processo histórico de envelhecimento “com a queda natural dos índices de natalidade e fecundidade, o crescimento da expectativa de vida, e o aumento da mortalidade entre jovens – principalmente na faixa entre 15 e 24 anos”.
Entre os fatores que podem explicar a redução das taxas de fecundidade (número de filhos por habitante) e de natalidade (número geral de nascimentos), está a maior preocupação das mulheres com a carreira profissional.
Apesar dessa tendência ser verificada há décadas no Mundo, a redução acentuada da natalidade no Brasil entre 2015 e 2016 também pode estar relacionada à questões pontuais como “a crise econômica e a epidemia de doenças que colocam em risco a saúde das gestantes e dos bebês”, admite Ivanilton Passos.
A análise reflete nos resultados apresentados pela pesquisa: a taxa de natalidade na região Nordeste caiu 5,5%, e a maior queda do País foi identificada em Pernambuco (10%), estado onde foram registrados os maiores índices de pessoas infectadas pelo zika vírus.
Porém, mesmo com os dados do IBGE apontando nesse sentido, a direção da Maternidade Januário Cicco não tem como mensurar se houve redução no número de nascimentos por trabalhar com 100% de sua capacidade de forma permanente – por mês, em média, a maternidade escola realiza 350 partos.
Estatísticas do Registro Civil
Levantamento do IBGE se embasa em quatro variáveis principais: nascimento, óbitos, casamentos e divórcios
Nascimentos
Brasil
2010: 2.747.257
2015: 2.945.344
2016: 2.793.935
Variação 2015/2016: -5,1%
Nordeste
2010: 798.201 2015: 822.070
2016: 777.092
Variação: -5,5%
RN
2010: 46.242
2015: 50.145
2016: 45.203
Variação do índice de natalidade em outras regiões entre 2015 e 1016
Sudeste: -5,5%
Centro-Oeste: -5,6%
Sul: -3,8%
Norte: -4,1%
Óbitos
Brasil
2015: 1.226.594
2016: 1.268.646
Nordeste
2015: 315.868
2016: 324.188
RN
2015: 20.027
2016: 20.394
Variação: +7,18%
Casamentos
Variação do número de casamentos registrados em cartório entre 2015 e 1016
Brasil: -3,7%
Nordeste: -4,6%
RN: -1,25% de variação
2015: 16.104 casamentos
2016: 15.898
. 15.838 entre homens e mulheres
. 32 entre mulheres (31 em 2015)
. 28 entre homens (em 2015 apenas 17 casais de homens formalizaram a relação em cartório)
Divórcios
Variação do número de divórcios registrados em cartório entre 2015 e 1016
Brasil: +4,7%
RN: +23,65%
A maior parcela dos divórcios (37,8%) foi entre casais com mais de 20 anos de relacionamento.
Entre os divorciados:
37,5% dos casais que separaram no RN tinham somente filhos menores de idade
30,83% não tinham filhos
Guarda dos filhos:
83,54% dos casos, a guarda ficou com a mulher
4,59% com o pai; e 9,01 com ambos.
Fonte: IBGE
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