Da redação com UOL, por Ricardo Brito
Da Reuters, em Brasília
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), recuou de sua intenção anterior e decidiu deixar para a presidente da corte, Cármen Lúcia, incluir na pauta do plenário o julgamento de ações que podem rever o entendimento atual sobre a execução da pena após esgotados os recursos em segunda instância.
Marco Aurélio é relator de três ações --movidas pelo Partido Ecológico Nacional (PEN), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB)-- que tentam garantir que a execução ocorra somente ao fim de todos os recursos cabíveis, o chamado trânsito em julgado.
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No último lance do caso, na segunda-feira (23) à noite, o ministro do Supremo informou, na ação movida pelo PEN, que havia encerrado o prazo concedido aos novos advogados da legenda para avaliarem o processo.
O partido, primeiro a questionar na corte o entendimento, decidiu dias atrás destituir o defensor original, o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, e passou a defender o atual entendimento do STF a fim de não beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem a direção diz ser adversária política.
O PEN, conforme relatado em reportagem da Reuters na semana passada, cogitava não se manifestar até quinta-feira passada, prazo dado por Marco Aurélio para suspender uma eventual inclusão na pauta do plenário da ação original. Ao fim, a legenda seguiu essa linha de estratégia e não se manifestou mais.
Contudo, Marco Aurélio decidiu na segunda-feira não levar o processo diretamente para apreciação do plenário --no jargão, em mesa--, o que prescindiria de uma decisão da presidente do STF. Desse modo, caberá a Cármen Lúcia incluir a matéria na pauta.
"Ante o encerramento do prazo de suspensão assinalado e a inércia do requerente (o PEN), incumbe submeter ao plenário a reiteração do pedido de medida acauteladora formulado na ação declaratória de constitucionalidade", afirmou o ministro, em despacho.
Marco Aurélio é declaradamente contrário à execução da pena após o fim dos recursos em segunda instância e está, desde dezembro, com as ações do PEN e da OAB prontas para serem julgadas no mérito. A presidente do Supremo, contudo, tem resistido a pautar as ações em plenário.
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