Talita Fernandes e Felipe Frazão
Debate dos presidenciáveis promovido pelo SBT - Ivan Pacheco/VEJA.com
O resultado da última pesquisa Datafolha, que mostrou empate entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), mudou a dinâmica do segundo debate entre os candidatos à Presidência da República na televisão nesta segunda-feira. Assumidamente nervosa, Dilma deixou clara a nova estratégia de sua campanha em centrar fogo em Marina – que aderiu à polarização.
"Frases de efeito e frases genéricas. Quando você é presidente, precisa se explicar, não basta dizer que vai fazer uma lista de coisas sem dizer de onde virá o dinheiro", disse Dilma para Marina no debate promovido pelo jornal Folha de S. Paulo, SBT, UOL e Rádio Jovem Pan. Desde o primeiro bloco, a tática de Dilma foi partir para um duelo direto com Marina, tentando transmitir a ideia de que o tucano Aécio Neves, em terceiro lugar nas pesquisas, está fora do jogo.
O nervosismo confesso – logo na sua primeira pergunta, Dilma fez questão de dizer que estava nervosa – acentuou a dificuldade da petista diante do microfone e deu tom agressivo a diversas falas. Irritada com uma pergunta de Aécio sobre segurança pública, Dilma disse – duas vezes numa mesma resposta – que ele "tinha a memória fraca". Quando teve oportunidade de escolher a quem dirigir suas perguntas, a petista optou por Marina – mas sempre se dirigindo à rival como "candidata", sem chamá-la pelo nome. "Os jornais têm noticiado que a senhora pretende reduzir a importância do pré-sal. Por que o desprezo com esse recurso tão importante para o Brasil?". Marina reagiu: "No seu governo, o maior perigo para o pré-sal é o que foi feito com a Petrobras (...) Empresa que paga caro pelas escolhas que fez". Dilma também alfinetou a candidata do PSB ao afirmar que "sem o apoio no Congresso, não é possível garantir um governo estável e sem crise institucional".
A exemplo do debate anterior, na TV Bandeirantes, Marina questionou Dilma sobre "o que deu errado em seu governo". "A presidente Dilma tem muita dificuldade em reconhecer os erros do seu governo. Nós defendemos sim a autonomia do Banco Central porque esse governo, com atuitudes erráticas, não ajuda a resolver os problemas", disse. Marina também repetiu a tática de elogiar nominalmente os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. "Teremos uma atitude de reconhecer os ganhos históricos da realidade brasileira, infelizmente negligenciada por Dilma, com a inflação crescente, juros elevados e sem estabilidade fiscal. Vamos recuperar o tripé econômico, manter a política econômica de Fernando Henrique Cardoso e as conquistas sociais de Lula. Os programas correm risco com Dilma no governo. Vamos parar de fulanizar as conquistas brasileiras."
Aécio manteve a linha de atacar Dilma. "O ativo mais valioso da política é o tempo. O governo do PT perdeu um longo período que poderia fazer investimentos". As críticas contra Marina só apareceram na fala final: do tucano "Ficou claro que temos dois campos políticos, o do governismo, que recebeu o governo melhor do que vai entregar, e o das mudanças, com várias alternativas. Respeito a candidata Marina, mas ela não consegue superar as contradições em seu projeto. Eu sou o candidato que representa a mudança segura, em que se sabe onde ela vai nos levar".
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