sábado, 28 de fevereiro de 2015

Energia: Tarifas da Cosern terão reajuste extra de 2,8%

A Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) foi autorizada pela Aneel a aplicar um reajuste extraordinário de 2,8% nas tarifas de energia elétrica a partir de segunda-feira. A medida faz parte da estratégia do governo de transferir para os consumidores os altos custos da produção de eletricidade em consequência dos baixos níveis dos reservatórios das principais hidrelétricas do País. Além da Cosern, outras 57 concessionárias receberam autorização para aplicar o reajuste, cuja média é de 23,4%
Alex RegisCom reservatórios de hidrelétricas quase secos, governo eleva tarifas para conter o consumoCom reservatórios de hidrelétricas quase secos, governo eleva tarifas para conter o consumo

A revisão extraordinária está prevista nos contratos de concessão das distribuidoras e permite que a Aneel revise as tarifas para manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato quando forem registradas alterações significativas nos custos da distribuidora, como está ocorrendo agora, em função da crise hídrica.

O consumo de energia está em alta no Rio Grande do Norte. No ano passado houve crescimento de 4,8% em relação a 2013. A classe residencial foi a que apresentou o maior percentual de crescimento, com um aumento de 7,1%, motivado pela elevação na renda da população, que favoreceu a compra e o maior uso de aparelhos de refrigeração nas residências para enfrentar as altas temperaturas. A Cosern encerrou o ano de 2014 com 1.303.616 clientes

De acordo com a Aneel, os maiores reajustes serão para as distribuidoras AES Sul (39,5%), Bragantina (38,5%), Uhenpal (36,8%) e Copel (36,4%). Os mais baixos serão aplicados para as distribuidoras Celpe (2,2%) e Cosern (2,8%). A distribuidora CEA, do Amapá, não pediu a revisão tarifária. Já as empresas Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia e CERR (RR) não terão revisão tarifária porque não participam do rateio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e não estão no Sistema Interligado Nacional. A Ampla (RJ) também não passou pela revisão porque seu processo tarifário ocorre em 15 de março, quando todos os efeitos serão considerados.

Os impactos da revisão serão diferentes conforme a região da distribuidora. Para as concessionárias das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o impacto médio será de 28,7% e, para as distribuidoras que atuam nas regiões Norte e Nordeste, de 5,5%. A diferença ocorre principalmente por causa do orçamento da CDE e da compra de energia proveniente de Itaipu.

Também começam a valer na semana que vem os novos valores para as bandeiras tarifárias, que permitem a cobrança de um valor extra na conta de luz, de acordo com o custo de geração de energia. Além da revisão extraordinária, as distribuidoras passarão neste ano pelos reajustes anuais, que variam de acordo com a data de aniversário da concessão.

Segundo a Aneel, a revisão leva em consideração diversos fatores, como o orçamento da CDE deste ano, o aumento dos custos com a compra de energia da Usina de Itaipu - por causa da falta de chuvas -, o resultado do último leilão de ajuste – que aumentou a exposição das distribuidoras ao mercado livre – e o ingresso de novas cotas de energia hidrelétrica. “No ano passado e neste ano, o custo da energia elétrica tem sido realmente alto porque o regime hidrológico não está favorável, temos despachado todas as térmicas, que têm um custo mais alto”, explicou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.

REAJUSTE EXTRA
Aplicação a partir do dia 02 de março

OS MENORES
Celpe             2,2%
Cosern           2,8%
Cemar            3,0%
Cepisa           3,2%
Celpa             3,6%
Energisa PB    3,8%
Celtins           4,5%
Ceal              4,7%
Coelba          5,4%
Borborema    5,7%

OS MAIORES
AES Sul         39,5%
Bragantina    38,5%
Uhenpal       36,8%
Copel           36,4%
RGE             35,5%
CNEE           35,2%
Cocel           34,6%
Muxfeldt      34,3%
Demei         33,7%
Caiua          32,4%
Fonte: Tribuna do Norte

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