sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Meteorologia registra chuvas em todas as regiões do RN

As chuvas registradas no período do Carnaval renovaram as esperanças dos agricultores do Rio Grande do Norte, mas elas ainda não significam a chegada do inverno de 2015, que deve demorar mais um pouco, segundo previsão dos meteorologistas. A Emparn – Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN – registrou a ocorrência de chuvas em 64 dos 197 pluviômetros. A maior delas foi na área urbana do município de Lajes Pintadas, na região Agreste, com 78 milímetros. Mossoró e Janduís, no Oeste, vêm logo depois com 64,1 e 61,8 milímetros respectivamente. A medição da Emparn se refere ao acumulado no período de 13 a 19 de fevereiro.
CedidaMoradores tomam banho de chuva nas ruas de Santa Cruz, onde choveu 42,5 milímetrosMoradores tomam banho de chuva nas ruas de Santa Cruz, onde choveu 42,5 milímetros

Por mesorregião, choveu em 34 municípios do Oeste, 14 da Central, sete do Agreste e sete da faixa litorânea. Nessas últimas duas regiões o inverno ocorre de maio até meados de agosto.

Na primeira reunião dos meteorologistas para traçar o prognóstico sobre a quadra chuvosa de 2015, realizada em meado de janeiro na cidade de Fortaleza/CE, a previsão indicava que o sertão nordestino poderia enfrentar mais um ano de estiagem, a exemplo do que ocorreu em 2013 e 2014. No entanto, de lá para cá as condições oceânicas melhoraram e o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot admitiu que esse prognóstico pode mudar na reunião que será realizada em Natal na próxima semana. 

Para hoje (20), a previsão é de tempo parcialmente nublado com pancadas de chuvas no período. “A atuação do Vórtice Ciclônico de Ar Superior, juntamente com a Zona de Convergência Intertropical deixarão o céu sobre o Estado com predominância de parcialmente nublado com ocorrência de chuvas em todas as regiões, principalmente nas regiões Oeste Central e Leste”, diz o boletim da Emparn.

Nas redes sociais, internautas postaram fotos de chuvas em cidades como Santa Cruz, Coronel Ezequiel, Mossoró. Na comunidade Barão de Serra Branca, em Santana do Matos caiu granizo. A chuva foi na quarta-feira de Cinzas, com ventania e relâmpagos que assustaram os moradores. O ganizo danificou os telhados de algumas casas e o vento derrubou árvores. Também faltou energia na comunidade. “Moradores disseram que nunca tinham presenciado uma chuva com tanto vento igual a da tarde desta quarta-feira”, registrou o blogueiro Carlos Costa, de Angicos. Fotos postadas no blog mostram áreas alagadas e pessoas repondo telhadas quebradas. 

De acordo com a tradição nordestina, o limite para saber se o inverno será bom ou não é o Dia de São José, 19 de março. Com as poucas chuvas em janeiro e na primeira quinzena de fevereiro, agricultores dizem que já se dão por satisfeitos se as chuvas forem suficientes para assegurar a pastagem e encher os barreiros, garantindo assim a matéria-prima para a produção de queijos e outros derivados de leite, hoje uma importante fonte de renda no interior do Estado.

CHUVAS NO RN

Onde mais choveu
Lajes Pintadas        78,9
Mossoró                 64,1
Janduís                  61,8
Florânia                 57,9
Jucurutu                48,2
Angicos                 46,5
Messias Targino     44,0
Jaçanã                  43,3
Santa Cruz            42,5
Umarizal               40,0
Timbaúba Batistas 34,0
São Rafael             28,0
Viçosa                  26,0

EUA correm risco de ter megaseca
Um trabalho científico de pesquisadores do Instituto Goddard, que faz estudos espaciais para a Nasa, causou apreensão ao redor do mundo na semana passada durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências, realizado em San Jose, na Califórnia. O estudo, publicado na Science Advances, levanta a possibilidade de os Estados Unidos enfrentarem uma megasseca, a partir de 2050, com consequências imprevisíveis para a economia e agricultura daquele país. Seria uma seca com mais de 20 anos de duração, que nenhuma civilização ainda experimentou, apesar das evidências de que elas ocorreram na América entre 1000 e 1100 d.C. “As secas que as pessoas conhecem hoje - como a que foi chamada ‘dust bowl’ nos anos 1930 por causa das tempestades de areia; a seca dos anos 1950 ou mesmo a atual seca na Califórnia e no sudoeste dos EUA – foram secas naturais que se esperava durassem apenas alguns anos ou talvez uma década”, disse Ben Cook, um dos autores do estudo.
O estudo reforça um consenso sobre as secas que deverão afligir o sudoeste e as planícies centrais americanas em consequência das crescentes emissões de gases na atmosfera, informa a BBC News. Elas poderiam durar até 35 anos. 

De acordo com o texto, postado no portal da BBC Brasil na semana passada, as secas prolongadas serão causadas por um duplo fenômeno climático: escassez de chuvas e aumento da evaporação, impulsionado pelas altas temperaturas.

“Estamos falando de um risco de 80% de uma seca de 35 anos até o final do século, se a mudança climática se consumar”, disse Toby Ault, prodessor da Universidade de Cornell e coautor do estudo.

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