As condições climáticas em 2015 deverão ser melhores e mais favoráveis que em anos anteriores, ainda assim, o período chuvoso no sertão do Rio Grande do Norte será irregular. Este foi o primeiro parecer indicado pelos meteorologistas do Nordeste e de institutos nacionais que estiveram reunidos na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) para discutir as condições e previsões para a chegada de chuvas ao semiárido nordestino. Nesta quarta-feira (25), um boletim oficial sobre o assunto será divulgado pelo grupo de especialistas.
Alex RégisEnquanto agricultores aguardam consolidação do inverno para iniciar plantio, nas cidades moradores enfrentam onda de calor
Além do chefe de meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, também participam do encontro o titular da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) e representantes de instituições como a UFRN, a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec). O grupo participa da 2ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o período de março a maio, comumente utilizada pelos agricultores da região para o período de plantio e colheita.
De acordo com Bristot, em fevereiro já houve uma melhora na ocorrência de chuvas no Estado, porém, não é possível dimensionar o impacto desta influência no restante do inverno. “Houve uma melhora e a tendência é que [as chuvas] aconteçam. Agora se é menor ou acima da média, ainda não temos como mensurar”, disse. O titular da Aesa, Alexandre Magno, compartilha a mesma opinião. “Temos notado melhorias na qualidade, em todo o Nordeste, nesta fase de Oceano Pacífico frio e Oceano Atlântico quente. As condições são muito diferentes de 2013 e 2014, que tivemos um início de inverno bem ruim, mas, mesmo assim, o quadro de irregularidades chuvosas, tanto na distribuição quanto no total, deverá permanecer. Infelizmente”, salientou.
Sobre a questão da agricultura, o meteorologista da Paraíba indicou que o inverno deste ano necessitará de um maior cuidado por parte dos agricultores. “Normalmente, em um inverno bom, temos quatro meses de chuvas no semiárido. Mas, se encurtarmos para dois meses, como ocorreu em 2013 e 2014, acabamos com o período chuvoso. E não temos como prolongar. Então, a agricultura tem que estar atenta”, afirmou Alexandre Magno.
Ainda conforme o titular da Aesa, os agricultores devem buscar mais entidades de auxílio durante o período de colheita e plantio. “Organizações de assistência técnica, como a Emparn, servem para indicar soluções também. No Nordeste, não há como ter duas safras durante o ano, então, culturalmente, quando chove, o agricultor já sai plantando. E isto é ruim. Temos que trabalhar ao lado da irregularidade”, frisou Magno.
De acordo com o secretário geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), Francisco de Assis Araújo, a distribuição de sementes no Estado já começou, mas os produtores ainda aguardam o início do inverno. “Na maior parte do RN, estamos com chuvas mal distribuídas. Nossa expectativa é que haja uma situação melhor que os últimos anos, para, ao menos, recuperar o potencial hídrico das regiões. Já que, mesmo que tenhamos um ótimo 2015, as perdas das safras anteriores não serão recuperadas”.
Enquanto agricultores aguardam as chuvas para iniciar o plantio, nas cidades moradores enfrentam calor sufocante de até 38º.
Fonte: Tribuna do Norte
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