sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Crise se agrava e paciente idosa morre no chão do HRTM

O caos instalado no Hospital Regional Doutor Tarcísio Maia, em Mossoró, ganhou novos contornos nos últimos dias. O maior hospital da cidade, na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, vem chamando a atenção da opinião pública por fatos e fotos que chocam: pacientes sendo atendidos no chão da unidade hospitalar. Na tarde de quarta-feira, morreu uma idosa de 74 anos, no chão do hospital. Este é o segundo caso de pacientes sendo atendidos no chão do HRTM em duas semanas.
Sindsaúde/MossoróPor falta de macas ou leitos, atendimento de urgência de M.I.S, de 74 anos, foi feito no chãoPor falta de macas ou leitos, atendimento de urgência de M.I.S, de 74 anos, foi feito no chão

Segundo relato da assessoria do hospital, M.I.S, 74 anos, foi levada ao hospital por uma vizinha que a encontrou desacordada em casa. Já no HRTM, a idosa foi levada em uma cadeira de rodas até o posto de medicação para reanimação. Conforme relatos de funcionários do hospital, a reanimação teve que ser feita no chão pois não haviam macas disponíveis. M.I.S morreu enquanto os médicos faziam o procedimento. Outro caso ocorreu na madrugada quinta-feira (6). Um paciente foi flagrado fazendo uma transfusão de sangue deitado no chão do hospital, porque não tinha leitos nem macas disponíveis. Os funcionários reclamam a da sobrecarga de trabalho ocasionada pelo déficit de profissionais. 

No caso da idosa, a assessoria de comunicação do HRTM informou que o atendimento aos pacientes foi prestado no chão devido à urgência dos casos. A Secretaria de Estado e da Saúde Pública do Estado (Sesap), disse que houve a abertura de uma sindicância interna para apurar o que ocorreu. A direção do hospital confirmou que a senhora morreu no chão na sala de medicação, mas também reforçou que o atendimento foi o possível diante da urgência do caso. 

Em nota à imprensa, a diretoria do hospital afirmou que O hospital passa por melhorias. De acordo com o diretor do HRTM, Jarbas Mariano, a unidade retomará, em breve, as obras de reforma e ampliação iniciadas no governo passado. Engenheiros da Secretaria da Infraestrutura (SIN) estiveram no hospital elaborando uma planilha detalhada dos serviços que poderão ser executados e o processo licitatório para contratação de uma nova empresa já está em andamento na Sesap.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte, por meio da assessoria de imprensa, disse não ter conhecimento sobre possíveis inquéritos para investigar a situação da unidade hospitalar. 

Na manhã de ontem, os servidores do HRTM realizaram um ato público pedindo melhores condições de trabalho e denunciam a precariedade pelo que passa um dos maiores hospitais públicos do RN. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), João Morais, chamou de barbárie a situação do hospital e pediu melhorias urgentes. 

“Todos os trabalhadores estão sobrecarregados, eles estão adoecendo pela situação precária do hospital. Quando pensamos que já vimos de tudo, como o caso do senhor que estava recebendo a transfusão no chão, acontece esse fato com a idosa. Infelizmente aqui está um caos. Temos consciência da total inoperância do Estado para com a saúde pública. O que está acontecendo no HRTM é uma barbárie”, concluiu.

Fonte: Tribuna do Norte

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