POR MARIANA SANCHES
SÃO PAULO — Sem geladeiras para comportar todos os corpos da maior chacina do ano em São Paulo, que deixou pelo menos 18 pessoas mortas na noite de quinta-feira à noite, o Instituto Médico Legal de Osasco manteve na sexta-feira os cadáveres em condições precárias, em um pátio aberto nos fundos do prédio. Muitos dos corpos estavam ainda com os lençóis que as próprias famílias usaram para cobrir os parentes assassinados. É o que mostra a fotografia obtida com exclusividade pelo GLOBO. Enquanto isso, carros funerários e dezenas de familiares aguardavam pelos seus mortos do lado de fora do IML.
Os parentes das vítimas eram unânimes em criticar o serviço.
— Levaram 12 horas para buscar o corpo, nós que o cobrimos, praticamente o velamos na rua — afirmou Cícera Pereira, de 56 anos, cujo genro, o operador de máquinas Jonas Santos Soares, de 33 anos, foi morto.
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— Acho um descaso o que estão fazendo, é porque é filho de pobre que tratam assim. Estamos esperando e não liberam — afirmava Rosana quando foi interrompida por um funcionário do IML que afirmou que a imprensa atrapalhava o serviço do órgão.
A Prefeitura da cidade custeará o enterro de todos os mortos, e a Polícia Civil vai colher depoimentos dos parentes. A despeito disso, a sensação dos que esperavam a liberação era de descrença na Justiça.
— O que a gente mais quer é que não fique impune. Mas vocês sabem como é, né?! — dizia Cícera, em prantos.
O GLOBO procurou o IML de Osasco, mas não conseguiu contato.
Fonte: O GLOBO
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