Estudo sobre a atuação de profissionais do Mais Médicos em municípios do Rio Grande do Norte atendidas exclusivamente pelo programa revela que os clínicos participantes da iniciativa conseguiram melhorar o atendimento à população e o funcionamento dos sistemas de saúde locais.
O levantamento foi publicado no site da Organização das Nações Unidas (ONU) na última terça-feira e realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Segundo a entidade, o estado acolhe atualmente 264 profissionais do Mais Médicos. Desses, 185 são cubanos e 79 são ou brasileiros, ou intercambistas individuais. A pesquisa realizada em Jardim do Seridó, Riacho de Santana, Venha Ver e Vera Cruz — municípios de pequeno porte e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) —, avaliou não apenas o alcance quantitativo do Mais Médicos, mas também desenvolveu um trabalho de campo com entrevistas para identificar variações qualitativas nos serviços de saúde.
As quatro cidades selecionadas fazem parte do Semiárido nordestino e estão entre os cerca de 4,9 mil municípios do Brasil — 88% do total — com população inferior a 50 mil habitantes.
Ao longo das entrevistas conduzidas nos quatro municípios, os pesquisadores da OPAS descobriram que a chegada dos clínicos do Mais Médicos contribuiu para fortalecer o planejamento das atividades dos sistemas de saúde e o sentimento, junto aos profissionais, de que todos pertencem a uma equipe com um propósito e engajamento comuns.
A disponibilidade e a pontualidade dos médicos associados ao Programa também foram elogiadas por integrantes do sistema de saúde e pacientes.
Moradores e enfermeiros das cidades lembram que, devido aos numerosos vínculos empregatícios de profissionais contratados antes do Mais Médicos, não havia garantia de que as pessoas seriam atendidas quando chegassem a uma clínica de atenção básica.
Usuários dos serviços de saúde também relataram melhorias no atendimento, relacionadas ao cuidado que os médicos têm em ouvir suas queixas, à paciência e à gentileza nas consultas e mesmo em momentos fora do horário de trabalho estipulado pelo Ministério da Saúde.
Uma das conclusões do estudo da OPAS é de que mesmo as populações em situação de vulnerabilidade social conseguem distinguir diferentes padrões de atendimento, valorizando o compromisso do médico com a saúde dos pacientes.
A respeito dos médicos cubanos, o organismo regional afirma que sua formação profissional e a competência social — adquirida numa sociedade que estimula a cooperação e a solidariedade, inclusive no campo internacional — estão entre os fatores responsáveis pelo maior envolvimento desses profissionais com a atenção básica, que se beneficia de um “modo diferenciado” de prestar serviços de saúde.
Acesse a pesquisa da OPAS na íntegra aqui.
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