Por Luiz Henrique Gomes - Repórter
Após mais de cinco horas de reunião, as associações da Polícia Militar e os representantes do Governo do Rio Grande do Norte não conseguiram uma solução para o pagamento da folha dos inativos da segurança. Durante o encontro, o secretário de planejamento (Seplan) Gustavo Nogueira, um dos presentes, apresentou as contas do Executivo e mostrou a impossibilidade de realizar o pagamento na próxima segunda-feira, 13. Neste dia, serão pagos os servidores da ativa. As associações exigem que ambos pagamentos sejam realizados juntos. Frente ao impasse, o ato dos militares para o dia 13 e o indicativo de greve estão mantidos.
Gustavo Nogueira explicou que só tem R$ 41 milhões, o suficiente para a folha líquida dos efetivos
De acordo com a associação dos oficiais, os valores em caixa demonstrado pelo Governo é de R$ 41 milhões. Este é suficiente para pagar somente o salário líquido dos servidores da ativa. É preciso de mais R$ 17 milhões para contemplar os inativos. Segundo as informações, a Seplan busca formas de realizar os pagamentos de forma conjunta. Nesta sexta-feira (10), os representantes das associações voltam a se reunir com o secretário Gustavo Nogueira a partir das 10h para uma nova tentativa de negociação.
A reunião começou por volta das 16h e durou até às 21h30. Além do titular da Seplan, estiveram presentes desde o início do encontro a Chefe do Gabinete Civil Tatiana Mendes Cunha, o Comandante-Geral da PM Coronel Osmar Maciel, a Associação de Cabos e Soldados da PM, Associação de Oficiais da PM e a Associação dos Bombeiros. Por volta das 18h30, a secretária de segurança Sheila Freitas se juntou aos presentes. Ela se reuniu em particular com Gustavo Nogueira e com o Comando-Geral da PM.
O Comandante-Geral Osmar Maciel ressaltou no fim do encontro que está atento ao pleito da tropa e disposto ao diálogo com o governo. O discurso adotado fora de mediar as conversas e buscar soluções que não comprometam a situação da segurança do Rio Grande do Norte e nem a vida dos militares – ativos e pensionistas. Ele enalteceu os avanços já apresentados, como o pagamento dos ativos na próxima segunda-feira, e afirmou que houve uma “construção de solução” durante as cinco horas de reunião. “A preocupação da tropa é a preocupação do comandante. Seguiremos em frente com as tratativas para a melhor resolução possível para a Polícia Militar”, declarou.
A secretária de segurança Sheila Freitas ressaltou que a reunião apresentou avanços e que busca a melhor proposta para evitar uma crise no Governo. “O impasse é contemplar todos de uma vez, mas continuamos trabalhando dia e noite para encontrar a melhor solução”, disse.
Os militares ameaçaram entrar em greve na última segunda-feira (6) por causa do atraso do pagamento do salário de setembro e outubro. O primeiro mês foi pago na última terça-feira. Neste mesmo dia, o Executivo anunciou o pagamento dos servidores ativos para a próxima segunda-feira (13). No entanto, os inativos receberiam junto às outras categorias do Estado, ainda sem data definida – o anúncio desagradou as associações.
Se a greve dos militares se confirmar, o Estado deverá entrar na justiça. De acordo com o Procurador-Geral do Estado, Francisco Wilke, a medida é “para evitar que as forças de segurança paralisem suas atividades, pois trata-se de uma atividade essencial, que, por imperativo Constitucional, não pode sofrer solução de continuidade”.
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