Com informações da EMPARN
Dando continuidade ao período chuvoso do Rio Grande do Norte, diversas cidades do interior do Estado registraram chuvas entre a manhã da sexta-feira (6), e deste sábado (7). Em cidades como Almino Afonso e Frutuoso Gomes, as precipitações chegaram respectivamente a 308 e 128 milímetros. A expectativa do setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), é de que as condições climáticas favoráveis garantam um inverno com chuvas dentro ou acima da normalidade, quebrando o ciclo de seis anos de seca no Estado.
O açude Mamão, no município de Equador, transbordou nas primeiras horas deste sábado (7)
A expectativa inicial do setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), era de que as condições climáticas favoráveis garantissem um inverno com chuvas dentro ou acima da normalidade, nos meses de março, abril e maio. No entanto, o mês de março já fechou com registros de chuva abaixo do esperado pela Emparn. O açude Mamão, no município de Equador, transbordou nas primeiras horas deste sábado (7).
Apesar das chuvas deste fim de semana e das que caíram em quase todo o território do Estado ao longo da Semana Santa, a situação crítica do abastecimento do Rio Grande do Norte ainda está longe de ser revertida. Dos 167 municípios potiguares, 99 ainda persistem com abastecimento irregular e, dos 47 reservatórios monitorados pelo Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), 11 estão secos e 19 encontram-se em volume morto.
Simulações do Igarn apontam que, se o inverno de 2018 tivesse regularidade média e constante de chuvas, em especial nas áreas de drenagem dos reservatórios, as reservas hídricas do Estado poderiam ser recuperadas 20% em relação à sua situação atual. Ontem, era possível perceber um aumento no nível de água do Rio Piranhas, decorrente de chuvas registradas no Estado da Paraíba, nas últimas semanas. O barramento construído por causa da captação de água para a Adutora Manoel Torres foi superado pelas águas, segundo vídeo feito pelo radialista da região Seridó, Jarles Cavalcanti.
De acordo com especialistas da Agência Nacional de Águas (ANA), faltam obras hídricas no RN para poder lidar com a situação da seca de maneira mais efetiva. Métodos como o uso de carros-pipas e forragem para animais, já utilizados pelo Estado, não seriam suficientes levando em consideração a criticidade da situação.
Entre as obras consideradas necessárias pela ANA estão a construção de uma adutora emergencial do município de Afonso Bezerra até Pendências, o que garantiria o abastecimento de 78 mil pessoas.
Quatro fatores climáticos são determinantes para que as chuvas cheguem ao Rio Grande do Norte: a presença do fenômeno la Niña, que reduz a temperatura da superfície do Oceano Pacífico, poucos ventos sobre o continente, baixa atividade solar e o aquecimento das águas da região sul do Oceano Atlântico. O alinhamento desses fatores permitiriam que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) entrasse em ação. Os meteorologistas afirmam que, até o momento, a situação se mostra favorável, e aguardam o fim de abril para poder dar um prognóstico da situação do Estado.
Boletim Pluviométrico
Principais chuvas registradas entre as 7h da manhã da sexta-feira (6) às 7h da manhã do sábado (7), de acordo com a Emparn:
- Olho D'água do Borges: 63 mm
- Almino Afonso: 308 mm
- Umarizal: 161 mm
- Frutuoso Gomes: 128 mm
- Santana do Seridó: 83,2 mm
- Rodolfo Fernandes: 80,2 mm
- Campo Grande: 58,5 mm
- Sítio Logradouro dos Enéas: 56 mm
- Carnaúba dos Dantas: 51,6 mm
- Severiano Melo: 48 mm
- Viçosa: 44 mm
- São José do Seridó: 20 mm
- Cruzeta: 8,5 mm
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