Com informações da Tribuna do Norte
Os governadores do Nordeste e de Minas Gerais reunidos em Recife (PE), ontem, se posicionaram contra a privatização da Eletrobras e, principalmente, da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), além de criticarem a apontada demora do BNDES para a liberação do crédito voltado à segurança pública.
Governadores do Nordeste discutem os problemas da região e elaboram uma carta para entregar ao presidente Michel Temer
Segundo os governadores, nenhum Estado conseguiu, ainda, obter parte do financiamento que teria R$ 42 milhões para ações de segurança pública, porque aguardam definição dos critérios para liberação de recursos desde o dia 9 de março, quando houve o anúncio do presidente Michel Temer sobre a criação dessa linha de crédito para os Estados investirem em ações contra a criminalidade.
Em Carta Aberta divulgada no fim da tarde no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, os governadores afirmam que a desestatização do sistema Eletrobras “submeteria um ativo do povo da região aos interesses dos investidores”. Eles apontaram que se Companhia Hidroelétrica do São Francisco for privatizada, poderá haver um aumento na tarifa entre 7% e 17%.
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), disse que “se a água pertence ao povo, usada por agricultores e em atrações turísticas, como privatizá-la? Não podemos privatizar um setor tão estratégico como esse".
Robinson Faria ainda acrescentou que, "no momento em que o mundo briga por água, devido à escassez existente, é um absurdo vender grandes empresas estatais. Vender a Chesf é como vender o rio São Francisco para a iniciativa privada e isso não pode acontecer".
Para o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), a Eletrobras e a Chesf são patrimônios fundamentais para que o Brasil seja tratado de forma igualitária: "Por isso temos uma postura absolutamente contrária à privatização. Não se pode privatizar água, o rio, num momento em que o Nordeste conseguiu a chegada das águas do São Francisco com a transposição. A região hoje tem uma outra realidade e a água não pode ser entregue à iniciativa privada".
O governador de Pernambuco e anfitrião do encontro, Paulo Câmara (PSB), afirmou que a reunião foi relevante para colocar pontos fundamentais de atenção no âmbito federativo que afligem os governadores. "Dialogamos sobre o a privatização da Eletrobras e da Chesf, a respeito da segurança nacional, também sobre questões federativas que estão nos preocupando, como a forma de repartição dos impostos que estão sendo repartidos para Estados e municípios da maneira incorreta, no nosso ponto de vista", disse ele.
Também participaram do 9º Encontro dos Governadores do Nordeste, os governadores Camilo Santana (Ceará); Wellington Dias (Piauí), Rui Costa, (Bahia) e Fernando Pimentel (Minas Gerais), todos do PT, além do senador Humberto Costa (PT-PE), deputados federais e estaduais.
Já o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), esteve no início da manhã e foi embora antes do término da reunião, enquanto faltaram ao ao encontro os governadores de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD) e do Maranhão, Flávio Dino (PC do B).
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