Em dez horas e 47 minutos de pronunciamentos, presidente cita mais Israel do que o Nordeste brasileiro e menciona mais esquerda do que direita
Da redação com O GLOBO
Por Janaina Figueiredo e Maiá Menezes
RIO — O discurso do presidente Jair Bolsonaro na cerimônia de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira, foi um dos mais longos dos 147 que havia feito até aquele dia e, também, o de maior repercussão nacional e mundial. Mas engana-se quem pensa que o repertório usado para uma plateia de líderes estrangeiros difere do que aparece em cada um dos discursos do chefe de Estado em eventos e atividades no Brasil e outras viagens internacionais. Analisados em detalhe pelo GLOBO, com a ajuda de acadêmicos, chega-se à conclusão de que a fala oficial de Bolsonaro gira ao redor das mesmas palavras e ideias, muitas usadas durante a campanha e voltadas para sua base eleitoral, mas, também, a um mundo conservador que vem crescendo.
No total, os 147 discursos, desde 1º de janeiro, totalizam dez horas e 47 minutos. Uma média de 4,27 minutos por dia. O GLOBO utilizou as transcrições disponíveis no site da Presidência da República.
Na análise quantitativa, alguns elementos chamam a atenção e mostram para onde vai o pensamento do presidente: a palavra brasileiro foi mencionada 149 vezes, militar, 141 e Exército, 137. As mais presentes nos discursos não surpreendem: Brasil (1.079) e Deus (360).
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