terça-feira, 19 de julho de 2011

Lula ataca oposição, critica seleção e 'sonha' com cargo de Mano

Em jantar na Fiesp, ex-presidente diz que oposição é como jogador no banco de reservas: "Fica torcendo para o titular quebrar a perna"

Ricardo Galhardo, iG São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou, nesta segunda-feira à noite, a forma como a presidenta Dilma Rousseff lidou com as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, quando afastou rapidamente seis funcionários assim que surgiram as primeiras acusações.

Foto: JF DIORIO/AGÊNCIA ESTADO/AE
O ex-presidente Lula, acompanhado de sua esposa Marisa Letícia e do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf

“Ela foi bem como em qualquer outra situação. Ela foi bem”, disse Lula, pouco antes de participar de um jantar em sua homenagem na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Já para falar da oposição, o ex-presidente tirou do futebol mais uma de suas metáforas. “Ela é como jogador no banco de reserva. Fica torcendo para o titular quebrar a perna”, disse ele, que afirma saber disso porque "fui oposição durante muito tempo". Ele fez a declaração ao comentar as críticas de José Serra (PSDB) ao governo. “Ouço falar em desindustrialização desde que a minha barba ainda não era branca”, completou. O tucano tem dito que o governo não tem feito o que precisa para aumentar o número de fábricas no País.

O ex-presidente ainda se comprometeu a ajudar os empresários em assuntos de interesse deles, como os gargalos na infraestrutura. Ele sugeriu que a Fiesp crie grupos de trabalho, aos quais se comprometeu a ajudar. Ele ainda deu alguns recados, pedindo investimentos na África e na América Latina - dois focos da atuação do petista após deixar a Presidência da República: “O mundo desenvolvido tem que aprender que a solução é os pobres consumirem mais”, disse.


Seleção brasileira

Ao falar da Seleção Brasileira, que foi eliminada da Copa América nos pênaltis pelo Paraguai, Lula não criticou o time de Mano Menezes, mas deu uma pequena lição sobre a arte de bater tiros livres diretos no futebol moderno. “Sabe que hoje a coisa mais fácil não é escolher canto, é jogar na frente do goleiro. A gente sabe que ele sempre vai pular”, disse Lula.

Antes do jantar, Lula visitou uma exposição com mais de 40 fotografias de seus oito anos de governo preparada pela Fiesp. Ao avistar uma imagem na qual aparece chutando uma bola, vestido com a camisa do Cotinthians, se deteve e exclamou: “Imagine se eu tivesse a chance de bater...”

Ao ser questionado se aceitaria o cargo de Mano Menezes, Lula não descartou a chance. “Se tivesse essa oportunidade...”, admitiu.

Acompanhado dos ex-ministros Luiz Dulci, Patrus Ananias, Miguel Jorge, Celso Amorim, do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e dezenas de empresários, entre eles o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, Lula comentou as imagens da exposição.

Quando viu uma foto em que está abraçado ao ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, Lula revelou que tentou ligar para o líder sul-africano recentemente, mas Mandela, devido à idade, tem dificuldade em reconhecer as pessoas.

Lula também contou a história da foto na qual aparece com o ex-presidente dos EUA George W. Bush, ambos com capacete da Petrobras. Segundo Lula, Bush não queria vestir o capacete por se tratar de uma empresa, mas foi convencido a usá-lo.

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