quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Detentos vendem drogas dentro da prisão em Mossoró

Do Jornal de Fato, em Mossoró

Uma revista realizada nesta quarta-feira (28) na Cadeia Pública de Mossoró levantou a suspeita de que pode estar havendo uma comercialização de drogas no interior da unidade prisional. Entre os objetos apreendidos, uma caderneta de anotações com toda a movimentação do comércio de entorpecentes. Quatro presos foram apontados como responsáveis pela venda de crack e maconha dentro da prisão. Eles ficarão isolados dos demais como uma forma de punição, nas celas que são chamadas "castigo".

A revista foi feita na manhã de ontem e durou cerca de duas horas. Os dois pavilhões da unidade prisional foram vasculhados pelos policiais militares e agentes penitenciários estaduais que trabalham no local. Além da caderneta de anotações, foram apreendidos: três baldes de cachaça artesanal, 15 celulares com carregadores e chips, uma balança de precisão, várias trouxinhas de maconha, facas artesanais, estiletes, maricas para fumar crack e outros objetos. Todo o material apreendido estava escondido dentro das celas e por isso os proprietários não foram identificados pela direção da unidade.

Segundo o major Humberto Pimenta, diretor da Cadeia Pública de Mossoró, a revista é feita sem os presos. Eles são retirados da cela por uma equipe, enquanto outra faz a revista em busca de objetos proibidos. Hoje a unidade está com aproximadamente 160 presos, vários em uma única cela. É por isso que dificilmente o proprietário dos objetos é identificado, explica o oficial militar.

Mesmo assim, quatro foram identificados como os responsáveis pela venda de drogas na Cadeia. Os nomes dos presos não foram divulgados. A direção informou apenas que o quarteto está preso por tráfico de drogas. O major Humberto ressaltou que a revista feita ontem tinha o objetivo de evitar fugas no fim de ano. Geralmente os presos tentam escapar nas épocas de festa e o Natal e Ano Novo são as datas preferidas.

Com a retirada de drogas e vários objetos que poderiam ser usados em rebeliões ou planos de fuga, o diretor da unidade diz estar mais tranqüilo com a segurança da unidade nesse período de final de ano.
A direção da unidade vai abrir uma sindicância interna para tentar identificar como os objetos chegaram aos presos.

Inicialmente, duas possibilidades são ventiladas. A primeira é que as drogas e outros objetos tenham conseguido passar pela revista, possivelmente levados pelos parentes dos presos. A outra é que possa haver facilitação interna, feita por policiais ou agentes penitenciários que trabalham naquela unidade.

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