Para pintar, ele lembra das brincadeiras de criança e dos banhos de açude.
DA REDAÇÃO COM G1 RN
Nascido em Currais Novos, no Seridó potiguar, o artista plástico Assis Costa retrata o cotidiano do sertanejo através das próprias recordações. Prestes a fazer 40 anos, o pintor ainda lembra da sensação única de construir os próprios brinquedos, tomar banho de açude e subir em árvores.
O gosto pela arte começou cedo. "Quando eu era criança, comecei a experimentar e usar tintas, além de desenhar. Fiz um curso e, com 14 anos, comecei a vender minhas telas", disse. Hoje, ele vive da venda das obras.
Com mais de 15 exposições durante a carreira, Assis tem uma preferida. Em 2012, fez uma mostra chamada 'Seridós'. Ao G1, ele disse que foi uma maneira marcante de expor a cidade para quem não conhecia. "Quero ressaltar meu respeito pela cultura potiguar. O que eu vejo é que a religião é muito forte no interior, principalmente a católica. A fé, a pasaigem e o povo sertanejo são minhas maiores inspirações".
Os trabalhos sobre o Seridó continuam. "Minha memória reflete em tudo que produzo. Uma das minhas telas mostra como era quando um circo chegava a cidade. Era extraordinário. Toda a população assistia os espetáculos. E é esse o sentimento que procuro demonstrar", relembrou.
Assis também lembra de situações engraçadas que serviram de inspiração. "Eu estava tomando vinho na casa de um amigo e ele me disse 'rapaz, você está bebendo muito e daqui a pouco você não vai saber com o que está pintando', e eu comecei a experimentar o vinho como tinta. E deu certo! Resultou em uma exposição chamada Dom Quixote de Las Manchas de Vinho", emendou.
Não há dúvidas sobre o futuro. "Sempre fui artista e vou continuar sendo. Apesar de morar no interior, pretendo mostrar minhas obras para pessoas do Brasil inteiro, quem sabe até de outros países. Não podemos negar nossas origens. E é por isso que retrato minha cidade com tanto carinho", afirmou Assis.
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