Em uma rápida solenidade, marcada pela ausência dos peemedebistas Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e Renan Calheiros, presidente do Senado, nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff deu posse ao ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), no Ministério do Turismo. Ele substituirá Vinicius Lages, apadrinhado de Calheiros. Sem disfarçar o desconforto com a troca, que atende ao vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, a presidente abriu seu discurso com um “caloroso agradecimento” a Lages.
— Minhas primeiras palavras são de caloroso agradecimento ao ministro Vinicius Lages, pela dedicação, pelo profissionalismo e o engajamento com que atuou. Em seus treze meses no cargo levou o turismo brasileiro a galgar novos patamares. Lages trouxe grande conhecimento técnico sobre a indústria de turismo e, com trabalho intenso, se incorporou perfeitamente ao nosso time. Sem dúvida deixou um legado — afirmou Dilma.
Cunha e Calheiros ficaram no Congresso, onde tinham audiências marcadas anteriormente à solenidade de posse, acertada quarta-feira. A cerimônia não durou 20 minutos. A presidente estava satisfeita com o desempenho de Lages, mas havia negociado o cargo com Temer e prometido que, se Henrique não fosse citado na Operação Lava Jato, iria para o Turismo. O ex-presidente da Câmara esperava a nomeação havia mais de um mês.
No discurso, Dilma também fez um agrado ao novo ministro, dizendo que Henrique foi “parceiro de tantas horas” do Palácio do Planalto, no Congresso Nacional.
— Henrique Eduardo Alves chega ao Ministério do Turismo com várias tarefas e um grande desafio. Estamos a 467 dias dos Jogos Olímpicos e a 510 dias dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Momento extraordinário para ampliar a importância de nosso país não só como pátria esportiva, mas também como referência internacional e destino turístico. Apesar da descrença de alguns, a Copa de 2014 projetou de forma muito positiva a imagem do turismo brasileiro no resto do mundo e atraiu milhões de cidadãos brasileiros para as 12 cidades-sede. Quase um milhão de estrangeiros circularam no país e aprovaram nossa hospitalidade — disse.
Segundo a presidente, 95% dos estrangeiros que estiveram no Brasil durante a Copa do Mundo manifestaram a intenção de retornar. Dilma disse que o governo está investindo na formação de mão de obra bilíngue. Ela defendeu que, além de atrair os turistas estrangeiros com os grandes eventos, o país precisa estimular os brasileiros a viajar pelo Brasil. Dilma disse que o número de passageiros no país passou de 85 milhões em 2010 para 117 milhões em 2014.
Diante de parlamentares aliados, a presidente aproveitou o discurso para defender o ajuste fiscal, dizendo que as medidas são necessárias para retomar o crescimento e que o turismo é um setor que pode impulsionar a economia brasileira. No Brasil, a indústria do turismo responde por quase 4% do PIB e gera cerca de 3 milhões de empregos diretos.
— A indústria do turismo pode assumir um papel mais relevante na retomada do crescimento. Brasil tem tudo para se tornar um grande destino turístico — afirmou a presidente.
Fonte: O GLOBO
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