DA REDAÇÃO COM RN EM REVISTA - ASSESSORIA DE IMPRENSA
O ministro Henrique Eduardo Alves defendeu junto aos ministros da Agricultura, Kátia Abreu, e da Fazenda, Joaquim Levy, o adiamento dos compromissos dos produtores rurais nordestinos com vencimento até 31 de dezembro deste ano. Ele argumentou com os colegas da esplanada que a economia rural está quebrada em decorrência da seca prolongada na região. “Sem prorrogação não haverá condições de pagamento das dívidas atuais. É melhor uma solução negociada, com o adiamento da dívida, que não receber nada, pois a situação no campo é muito mais grave que qualquer outra crise atual da economia brasileira”, disse Alves.
A proposta de renegociação das dívidas do setor rural do Nordeste, estimada entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, já foi apresentada aos ministros da Agricultura e Fazenda pelas lideranças do campo. O ministro do Turismo acompanha de perto o projeto que será analisado pela equipe econômica para uma posterior negociação do governo com o Congresso Nacional no próximo ano. De imediato, os produtores, endividados, pediram a prorrogação de todas as execuções judiciais, cobranças da dívida ativa e dívidas bancárias que vencem este mês. A proposta de renegociação prevê o parcelamento da dívida em 10 anos a partir de 2016.
O impacto da prorrogação será mínimo, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira. “O apoio do ministro Henrique Alves é fundamental para conseguirmos um fôlego enquanto negociamos uma proposta definitiva para renegociação e liquidação das dívidas dos agricultores”, afirmou Vieira. O presidente da Federação espera que o apelo feito em reuniões seguidas, nos últimos dias, em Brasília, seja aceito. A expectativa é de que a postergação da dívida seja analisada na reunião do Conselho Monetário Nacional desta quinta-feira (17).
Os números da seca no Nordeste são dramáticos. Deste 2011, mais de mil municípios da região já decretaram estado de emergência ou de calamidade pública por falta de alimentos e pasto para os rebanhos e de água até para o abastecimento humano. “Não se colheu lavouras e parte do rebanho foi perdido ao longo dos últimos cinco anos de seca”, diz o documento encaminhado aos ministros. A estimativa é de que mais de 7 milhões de cabeças de gado morreram por conta da estiagem. Sem rebanhos e produção agrícola o campo fica mais pobre. Faltam alimentos básicos, entre eles, grãos, carne, leite e derivados que movimentam a economia rural.
Os produtores também querem o apoio do governo federal para um programa de abastecimento através de uma linha de crédito especial para perfuração de poços nas propriedades rurais. Os recursos seriam do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
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