sábado, 19 de dezembro de 2015

Senado: Janot envia ao Supremo nova denúncia contra José Agripino

DA REDAÇÃO COM TRIBUNA DO NORTE

O senador José Agripino Maia está sendo denunciado por mais uma suspeita de ilegalidade. O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura do terceiro inquérito contra o presidente nacional do DEM. Contra José Agripino pesa a suspeita de ter mantido, em seu gabinete, funcionário fantasma. Segundo o Ministério Público, desde 2009 está lotado como assessor do senador Victor Neves Wanderley. Em dias próximos ao do pagamento, o “servidor” realizou saques em espécie e efetuou depósitos na conta de Raimundo Alves Maia Júnior, primo do senador José Agripino.
MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADOSenador José Agripino, presidente do DEM, afirma que não há funcionário fantasma no gabineteSenador José Agripino, presidente do DEM, afirma que não há funcionário fantasma no gabinete

No inquérito, caso seja autorizado pelo Supremo Tribunal Federal, o senador vai responder por crime de peculato qualificado e lavagem de dinheiro. 

Os registros no Portal da Transparência do Senado mostram que Victor Neves Wanderley ainda atua como assessor parlamentar de José Agripino e está lotado no “escritório de apoio do senador”. O salário do assessor é de R$ 7.415,57. Antes de atuar no gabinete de José Agripino, Victor foi lotado na liderança do Democratas, ocupada pelo senador em 2009. 

O procurador geral da República Rodrigo Janot aponta, no pedido para abertura de inquérito, o recebimento de R$ 158 mil e o repasse ao primo de José Agripino, Júnio Maia, que soma R$ 127 mil. 

Reportagem da Folha de São Paulo, publicada ontem, mostrou que Victor Wanderley já prestou depoimento à Polícia Federal e afirmou que “nunca trabalhou” no Senado Federal. Ele é, na verdade, funcionário de uma farmácia que pertence ao tio, Adriano Alberto de Souza Wanderley.

No pedido de abertura de inquérito, Janot chama atenção para os saques em “quantias consideráveis” feitos pelo rapaz. “Em quase todo período em questão, nas mesmas datas de recebimento de vencimentos do Senado Federal, ou em datas próximas, Victor Neves Wanderley efetuou saques em espécie e quantias consideráveis, muitas vezes equivalentes à remuneração auferida”, escreveu Rodrigo Janot. A solicitação da Procuradoria é para que as investigações sejam aprofundadas. O Ministério Público Federal apontou a “triangulação” entre o assessor nomeado para o gabinete do senador José Agripino, os repasses ao primo do senador, Júnior Maia, e o próprio senador. 

Procurado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, o senador José Agripino disse que ficou sabendo da investigação pela reportagem do jornal Folha de São Paulo. “Estranho que esse assunto de um funcionário em 2009 esteja vindo agora à tona. É algo que me causa grande indignação e repilo à altura. Não há funcionário fantasma. Todos que trabalham no meu gabinete recebem os seus salários. É muita coincidência que depois de seis anos essa acusação de funcionário fantasma apareça”, destacou.

Questionado se haveria motivação política, o presidente nacional do DEM afirmou: “não há qualquer funcionário fantasma. É uma incrível coincidência esse fato ter vindo a tona agora”.

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