A Ambev, maior cervejaria da América Latina, ameaça fechar a fábrica no Rio Grande do Norte caso o Estado não flexibilize a concessão de incentivos fiscais para o setor industrial. O grupo, que é detentor de marcas como Brahma, Skol e Antarctica e atua no RN desde 1994, pleiteia “um melhor tratamento e considera que a produção no RN está ficando ‘anti-econômica’”. As informações são do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Rogério Marinho.
Adriano Abreu
Fábrica da Ambev no RN: Indústria gera cerca de 500 empregos diretos e diz que produção no Estado está ficando antieconômica
O governo do estado se reuniu com a direção da Ambev ao menos duas vezes em dois meses. A última reunião ocorreu no dia 16 de setembro, mas não teve o conteúdo divulgado. Na primeira reunião, que ocorreu na sede da companhia em Brasília, os executivos cobraram novos incentivos. “Eles nos colocaram que estava ficando anti-econômica a produção aqui em função das fábricas do Ceará e da Paraíba”, disse Marinho.
Empregos
A possibilidade de fechamento da fábrica deixou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Cervejas, Refrigerantes e Água Mineral do RN apreensivo. A Ambev gera cerca de 500 empregos diretos no estado, em um setor que engloba outras 21 empresas e gera, em média, 3 mil empregos diretos.
O sindicato dos patrões e o dos trabalhadores dizem ter questionado a empresa sobre a intenção de fechar a unidade, mas o grupo negou essa possibilidade. Os funcionários, segundo Mairlon de Oliveira, presidente do sindicato dos trabalhadores, continuam em atividade. O ritmo, no entanto, mudou. “Fomos informados de que estão trabalhando três ou dois dias por semana, que alguns funcionários entraram de folga e que algumas máquinas estão paradas. Isso acendeu o sinal de alerta”.
A empresa, afirma Mairlon, garantiu que não fecharia a unidade antes de comunicar oficialmente o sindicato. Apesar da promessa, o sindicato permanece preocupado. “Empresas como a Ambev querem resultados. O Ceará, a Paraíba e Pernambuco dão incentivos as fábricas da Ambev que estão lá. Aqui no RN, eles não tem isso. É por essa razão que a gente acha que eles não vão ficar muito tempo aqui não. O gerente da Ambev nos garantiu que até o momento não tinha sido informado sobre o fechamento da fábrica, mas disse que se os acionistas decidirem, a unidade será desativada”, afirmou o presidente do sindicato dos trabalhadores.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico não participou da última reunião com o grupo, mas confirmou que a permanência da companhia estaria atrelada a concessão de novos incentivos fiscais. “Eles colocaram que se não houvesse flexibilidade com relação a concessão de benefícios, dificilmente ficariam no estado”, disse.
TRIBUNA DO NORTE
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