DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Após seu primeiro meio ano no mandato, o papa Francisco realizou suas primeiras mudanças na Cúria romana, o "governo do Vaticano", indicou neste sábado a Santa Sé. As mudanças devem desagradar tanto conservadores quanto liberais.
Na dança das cadeiras, foi removido da Congregação para o Clero o cardeal ultraconservador Mauro Piacenza e promovido Beniamino Stella, que até agora era o responsável pela chamada "Escola de Núncios". Stella terá entre suas tarefas a de reverter a escassez de padres na maioria dos países ricos e a de lidar com a pressão pelo fim do celibato.
Piacenza foi nomeado Penitenciário-Mor - o responsável por um tribunal eclesiástico que lida com confissões de pecados cuja absolvição pode ser dada apenas pelo Papa.
Francsco manteve o arcebispo conservador alemão Gerhard Mueller como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Indicado por Bento 16, ele dirige as ações da Santa Sé contra freiras liberais dos Estados Unidos. Mueller também é o responsável pela política da Igreja em resposta a casos de abuso sexual - seu mandato foi visto pelos críticos como condescendente com os padres acusados.
Lorenzo Baldisseri, até agora Prefeito da Congregação para os Bispos e que foi secretário do último conclave, foi nomeado para liderar o Sínodo dos Bispos. Ele substitui o croata Nikola Eterovic, designado Núncio Apostólico na Alemanha. Ao trocar o responsável pelos sínodos, as reuniões ocasionais onde bispos discutem questões de orientação ou regionais, Francisco tem a oportunidade da aplicar sua visão do papel dos bispos no processo de decisão da Igreja.
Estas são as primeiras mudanças do papa Francisco na Cúria romana após a nomeação, há algumas semanas, de Pietro Parolin como número dois do Vaticano.
No dia 31 de agosto, Parolin foi eleito pelo Papa argentino para ser seu secretário de Estado, o equivalente ao cargo de Primeiro-Ministro, substituindo o polêmico Tarcisio Bertone.
Estes anúncios são feitos dias antes do encontro, no início de outubro, do papa Francisco com oito cardeais, que irão refletir junto ao pontífice sobre a reforma no seio da Igreja.
Entre os temas de reflexão estarão os problemas vividos pelas famílias católicas, em particular a situação dos divorciados que voltam a se casar.
Nesta reunião com os cardeais que nomeou como conselheiros, marcada para 1 a 3 de outubro, o Papa também tratará das reformas da Cúria e do Banco do Vaticano.
Além disso, o Vaticano confirmou que Francisco vai convocar uma assembleia de cardinais no dia 30 de setembro para anunciar a cerimônia de canonização dos papas João Paulo 2º e João 23.
UOL
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