O Brasil vai amanhecer em preto e branco. O Galo é o novo dono da Copa do Brasil pela primeira vez na história. O maior clássico de todos os tempos entre Atlético-MG e Cruzeiro foi digno da tradição dos dois maiores clubes do futebol brasileiro na atualidade. A decisão jamais será esquecida pelos atleticanos, que dominaram a Raposa dentro do Mineirão e venceram por 1 a 0, conquistando o título inédito.
O Galo já entrou em campo com vantagem, por ter vencido o duelo da ida por 2 a 0, no Independência, e mesmo assim tomou a iniciativa do jogo, pressionando o Cruzeiro, até que no fim do primeiro tempo Tardelli transformou o domínio da partida em vantagem no placar, anotando o gol do título. A vitória do Atlético-MG carimba a faixa dos cruzeirenses, que foram campeões brasileiros no último domingo.
Campeão da Copa do Brasil, o Atlético-MG ainda tem mais dois compromissos no Campeonato Brasileiro antes de encerrar a temporada. No domingo, os alvinegros recebem o Coritiba, no Independência. Já o Cruzeiro tem o título do Brasileirão confirmado por antecipação e visita a Chapecoense no final de semana antes de fechar o ano com o jogo das faixas contra o Fluminense, no Mineirão.
A final da Copa do Brasil entre os maiores rivais de Minas Gerais é a confirmação que os dois times de Belo Horizonte deslocaram o eixo do futebol nacional para Belo Horizonte. A organização e a estrutura dos clubes é só um dos fatores que explica o sucesso do Atlético-MG, agora campeão da Copa do Brasil, e do Cruzeiro, tetracampeão Brasileiro, que já estão garantidos na Libertadores de 2015.
O jogo – Como era de se esperar, o superclássico começou em ritmo alucinante no Mineirão. Mesmo com a vantagem, foi o Galo que começou com uma postura mais ofensiva. A Raposa, porém, também estava a fim de jogo, proporcionando uma grande final entre os dois melhores do futebol brasileiro.
Aos sete minutos, Luan fez grande jogada pela direita e cruzou na medida, mas Tardelli não conseguiu o desvio em um bom momento dos alvinegros. A troca frenética de posições entre os atacantes atleticanos deu muito trabalho para os defensores cruzeirenses. O time de Marcelo Oliveira usou a estratégia de chamar o Galo para seu campo para encaixar o contra-ataque.
Com pouco mais de 1.800 torcedores no Gigante da Pampulha, a torcida do Atlético-MG fez muito barulho no Mineirão. Aos 12, Marcos Rocha saiu na cara de Fábio, que fez grande defesa. No rebote, Tardelli mandou pela linha de fundo, confirmando que o time de Levir Culpi conseguiu fazer uma leitura melhor do superclássico nos primeiros minutos.
A primeira grande oportunidade do Cruzeiro só veio aos 15 minutos, com Ricardo Goulart surpreendendo a defesa do Galo, mas falhando na hora de finalizar. Apesar da chance, o Atlético-MG seguiu ocupando melhor os espaços, chegando a irritar alguns jogadores da equipe celeste, que teve problemas na armação das jogadas.
Habitualmente é o Cruzeiro que impõe o ritmo dentro do Mineirão, mas, nesta quarta-feira, o Atlético-MG, mesmo como visitante, dominou o jogo. Aos 24, Dátolo cobrou falta para a área e Tardelli desviou com o joelho, mandando sobre o travessão. A situação alvinegra se complicou um pouco quando Luan, melhor jogador da equipe nos últimos jogos, sentiu dores no joelho.
No atual time do Galo, Luan é o atleta que melhor representa a raça e a garra que fazem parte do espírito de qualquer atleticano. Por isso, ao deixar o campo, o jogador foi ovacionado pelo público. Após os 30 minutos, o Cruzeiro melhorou no jogo, equilibrando mais as ações, porém, ainda não foi o suficiente para chegar ao gol, que, aliás, esteve perto do Atlético-MG aos 42, com Dátolo desperdiçando oportunidade clara.
A superioridade do Atlético-MG foi coroada aos 47 minutos, com Dátolo cruzando da direita e Tardelli completando para as redes, abrindo o placar. Bastante emocionado, o atacante do Galo vibrou muito com o gol. Precisando de quatro gols para ficar com o título, o Cruzeiro voltou para segundo tempo sem conseguir pressionar os visitantes.
Com ampla vantagem, o Galo diminuiu o ritmo e passou a valorizar mais a posse de bola, sem se descuidar da marcação, que, implacável, anulou as principais peças criativas da Raposa. Os alvinegros seguiram melhores no jogo e quase ampliaram aos seis minutos com Maicosuel, que perdeu quase em cima da linha.
O melhor momento dos celestes no superclássico aconteceu depois dos 15 minutos, quando o time de Marcelo Oliveira procurou adiantar as linhas de marcadores, se expondo mais aos contra-ataques alvinegros. Aos 17, a zaga atleticana não cortou cruzamento e a bola caiu nos pés de Ricardo Goulart, que errou o alvo na hora do tiro, acertando a rede pelo lado de fora.
O canto dos atleticanos foi se multiplicando no Mineirão, abafando em boa parte do jogo a grande maioria cruzeirense, que jogaram com o mando de campo. Aos 30, o argentino Dátolo cobrou falta com enorme violência, acertando o travessão de Fábio. No fim do jogo, a festa alvinegra, com direito a olé, coroou o ano do futebol mineiro, indiscutivelmente o melhor do Brasil.
Fonte: Gazetaesportiva.net
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