Por Alexandre LozettiSantiago, Chile
A camisa do Brasil era azul. Quem vestiu amarelo foi a Colômbia. O estádio do Colo-Colo, que costuma ficar preto e branco, ou vermelho nos jogos do Chile, também estava todo amarelo, em tom colombiano. E Neymar? Um cartão amarelo, seu segundo na Copa América, já o tiraria da partida de domingo contra a Venezuela, mas, ao término da partida, o camisa 10 acertou bolada em Armero, se envolveu em confusão com Murillo e Bacca, e acabou expulso. Quanta amarelada... A Seleção também amarelou? Não. Apenas não foi capaz de superar um adversário que, bem-vindo aos novos tempos, se encontra no mesmo nível e mereceu a vitória por 1 a 0.
Não fosse a placa com o nome da cidade de Santiago no centro do campo, e nada diferenciaria a “cancha” de um estádio colombiano. Com uma torcida enlouquecida, absoluta maioria do público de 44.008 pessoas e gentil no aplauso ao hino brasileiro e no silêncio em respeito a Zito, James, Cuadrado e companhia sentiram-se em casa. Foi a primeira derrota da seleção brasileira nesta nova era Dunga, depois de 11 vitórias consecutivas.
Dunga colocou Thiago Silva e Roberto Firmino nos lugares de David Luiz e Diego Tardelli. O zagueiro, assim como Miranda, sofreu com a falta de pegada dos jogadores mais ofensivos. Já o atacante fez sua pior atuação pelo Brasil, carimbada pelo incrível gol que perdeu no segundo tempo, depois que Elias conseguiu ganhar a bola do goleiro Ospina e rolou... Parecia tão fácil, mas ele chutou por cima.
Murillo comemora o gol que garantiu a vitória da Colômbia em Santiago (Foto: Reuters)
A primeira etapa caminhava para um modorrento empate sem gols até Murillo, finalmente, se aproveitar do bate-rebate e abrir o placar. Num jogo com alguns meias e atacantes acima da média, gol do zagueiro. E de bola parada, como tem sido a tônica deste duelo. Festa amarela.
E Neymar? Devem estar se perguntando. Na única jogada digna de Brasil, Daniel Alves girou, arrancou e cruzou para o atacante cabecear. Quase outro gol do Barça, mas Ospina pegou e o capitão levou a mão à bola: cartão amarelo e suspensão para o jogo contra a Venezuela.
Dunga mexeu no intervalo. Fred, que, no lance do gol, fez uma falta absolutamente desnecessária sobre um Falcao cercado na linha lateral e de costas para o campo, foi substituído por Philippe Coutinho. A equipe melhorou, mas não o suficiente.
Douglas Costa e Tardelli também não mudaram a Seleção que, mesmo com uma atuação discreta do craque James, não foi páreo para a Colômbia. Depois do apito final, Neymar voltou a mostrar nervosismo e piorou uma noite que já era decepcionante. Primeiro, acertou uma bolada em Armero. Depois, tentou dar uma cabeçada em Murillo, e deu início a uma grande confusão. Bacca saiu em defesa com companheiro e empurrou forte o brasileiro. Robinho veio em seguida e rasgou a camisa do atacante colombiano. Que tumulto! No fim, Neymar e Bacca acabaram expulsos.
Agora, Seleção terá que definir sua vida na Copa América no próximo domingo. Brasil, Colômbia e Venezuela (que enfrenta o Peru nesta quinta-feira) têm três pontos. Os dois primeiros colocados do Grupo C avançam, além dos dois melhores terceiros do torneio.
Até lá, ficamos com um sorriso amarelo, é claro.
Fonte: globoesporte.com
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