Por Mariana Ceci - Repórter
Em menos de um mês, mais de seis milhões de candidatos em todo Brasil deverão prestar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Programado para ocorrer nos dias 5 e 12 de novembro o Enem, que é a principal porta de entrada para o Ensino Superior no Brasil, chega este ano em um novo formato. Oficialmente divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) em abril deste ano, professores, instituições de ensino e, principalmente, candidatos, devem estar atentos às novas regras, especialmente na reta final para a realização das provas.
O Exame, que já é conhecido por ser uma prova de resistência em virtude da maratona de horas e os longos textos que precedem cada questão, este ano foi dividido para ocorrer em dois finais de semana diferentes, dando o intervalo de uma semana entre as provas. Além disso, sua configuração também foi alterada, assim como a banca aplicadora, que passou para as mãos de um consórcio. O formato de identificação dos cadernos de provas também mudou.
O exame é conhecido por ser uma prova de resistência em virtude da maratona de horas e os longos textos que precedem cada questão
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O primeiro dia de provas (dia 5 de novembro) terá duração de 5 horas e 30 minutos. Nele, serão aplicadas as provas de Ciências Humanas, Linguagens e suas Tecnologias e a redação. O segundo dia (dia 12 de novembro), vai ter 4 horas e 30 minutos de duração, e serão aplicadas as provas de Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza.
Esse novo formato é visto com otimismo por vários especialistas na área. A psicóloga Hétera Fernanda, do Centro de Educação Integrada (CEI), responsável por acompanhar as turmas do 3º ano do Ensino Médio que estão prestes a realizar a prova, afirma que o intervalo entre uma prova e outra poderá ser um recurso estratégico para alguns candidatos:
“Isso vai variar muito de pessoa para pessoa. A liberação dos gabaritos da primeira prova antes da segunda podem desestimular alguns alunos, mas podem ser usadas de forma estratégica por outros para tentar se fortalecer ainda mais na segunda prova. O importante é que o psicológico esteja muito bem trabalhado antes do Exame, porque a verdade é que permanece sendo uma prova de resistência”, disse a psicóloga.
A mudança na banca aplicadora do Enem também foi algo que gerou dúvidas entre educadores e candidatos. Antes aplicado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação, Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe), agora o Exame será aplicado por um consórcio formado pela Fundação Getúlio Vargas, Cesgranrio e Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp).
Tradicionalmente conhecido por trazer questões que abordem temas sociais e direitos humanos, a mudança de banca e da própria gestão do Ministério da Educação após a saída da presidente Dilma Rousseff (PT), gerou dúvidas a respeito da continuidade desses temas na prova. No entanto, para Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de Educação, plataforma que desde 2004 desenvolve conteúdo e serviços educacionais para escolas em todo Brasil, a mudança de banca tem um caráter logístico e não deverá afetar o conteúdo da prova:
“O próprio Inep soltou uma nota dizendo que não muda nada. É uma banca que atua muito mais na logística do evento, com o treinamento de fiscais, por exemplo. Ela não tem uma interferência pedagógica. Não se espera nenhuma modificação nesse ponto de vista”, relatou Ademar.
De fato, a segurança nos locais de prova tem sido uma considerada uma prioridade para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No Enem deste ano, deverão ser utilizados 67 mil detectores de metais, para que seja feita a vistoria dos participantes na entrada e na saída dos banheiros dos locais de aplicação de prova.
No ano passado, a Polícia Federal realizou duas operações (Embuste e Jogo Limpo) em oito Estados, a fim de desarticular organizações criminosas que tentavam vender o gabarito e o acesso antecipado à prova do Enem. Além disso, 24 candidatos foram eliminados no primeiro dia de provas por terem fotografado o caderno de resposta e postado em suas redes sociais.
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