Henrique Pizzolato saiu do Brasil no ano passado, antes da condenação
Brasília. A Justiça italiana vai dar início ao processo para julgar a extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e condenado pelo Supremo Tribunal Federal no caso do mensalão. O Tribunal de Bolonha já indicou que a primeira audiência extraordinária para avaliar o caso deve ocorrer no próximo mês. Policiais envolvidos no caso revelaram que a defesa de Pizzolato já considera recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos se a Itália der o sinal verde para a extradição do brasileiro, como é previsto.
Depois de passar pela Argentina e Espanha, ele entrou na Itália com o passaporte falso de um irmão morto há mais de 30 anos. Mas acabou sendo descoberto na casa de um sobrinho, em Maranello, norte da Itália. Sua prisão aconteceu em fevereiro e, desde então, seus advogados tentaram já em duas ocasiões convencer os juízes a permitir que Pizzolato permanecesse em prisão domiciliar enquanto aguarda uma decisão sobre a extradição. A solicitação foi rejeitada diante do “risco de fuga” e o brasileiro foi mantido em uma prisão na cidade de Módena.
Agora, depois de receber o processo enviado pelo Brasil, a Justiça italiana vai começar o julgamento sobre a possível extradição. Há uma semana, a Justiça italiana enviou ao Brasil um questionário para saber se existem penitenciárias no país capazes de respeitar os direitos humanos. A defesa de Pizzolato usou a tese de que, no Brasil, o sistema carcerário não condiz com princípios básicos de direitos humanos, na esperança de frear uma extradição.
Fontes no Ministério da Justiça da Itália confirmaram que a primeira audiência em Bolonha deve ocorrer na segunda metade de maio. Mas não deve ser a última. Já nas audiências preliminares, Pizzolato deixou claro que não quer voltar ao Brasil. Documentos revelam o conteúdo das declarações do brasileiro aos juízes italianos. Ele também possui cidadania italiana.
jornal O TEMPO
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