MARTHA ALVES
DE SÃO PAULO
O empresário e presidente de honra do Grupo Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes, 86, morreu de insuficiência cardíaca, em casa, em São Paulo, na noite de domingo (24). Ele deixa a mulher com quem teve nove filhos.
O velório de Moraes começa a partir das 9h desta segunda-feira no salão nobre do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. O sepultamento será às 16h no cemitério do Morumbi, zona oeste de São Paulo.
Moraes era engenheiro metalúrgico formado pela pela Colorado School of Mines (EUA) e iniciou a carreira na Votorantim em 1949. Ele foi responsável pela pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio, em 1955.
Em 1986, o empresário se lançou candidato pelo PTB ao governo do Estado de São Paulo, perdendo para o ex-governador Orestes Quércia (PMDB).
Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, em 2000, o empresário disse que se candidatou ao governo para combater Paulo Maluf. "Não voto em Maluf de jeito nenhum", disse Ermírio. "Nunca votei e nunca votarei."
Moraes publicou ao menos cinco livros e escreveu por 17 anos uma coluna dominical na Folha, mas seu principal hobby era o teatro. Ele escreveu e produziu três peças teatrais que focalizavam os problemas brasileiros e foram representadas em várias cidades do país: "Brasil S.A.", "SOS Brasil" e "Acorda Brasil.
As atividades como escritor lhe garantiram a cadeira 23 da Academia Paulista de Letras.
O empresário também dedicou parte da sua vida a atividades filantrópicas em instituições como a Cruz Vermelha Brasileira e a Sociedade Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Em 2013, o sociólogo José Pastore, que conviveu por mais de 35 anos, escreveu a biografia do empresário : "Antônio Ermírio de Moraes, Memórias de um Diário Confidencial".
Em nota, a Votorantim informou que "o grupo perde um grande líder, que serviu de exemplo e inspiração para seus valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais justo, com saúde e educação de qualidade para todos".
Fonte: Folha de São Paulo
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