segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ex-rapper é um dos suspeitos de decapitar jornalista dos EUA, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

Os serviços secretos do Reino Unido identificaram três britânicos jihadistas que teriam participado da decapitação do jornalista norte-americano James Foley. Um deles é um ex-rapper chamado Abdel-Majed Abdel Bary, 23, segundo o jornal britânico "Daily Mail".

De acordo com a publicação, Bary é conhecido como "Jihadi John" e era considerado uma promessa do rap em Londres. Na cidade, ele se apresentava como "L Jinny". O jovem deixou a casa de seus pais no bairro de Maida Vale, no oeste da capital britânica, no ano passado.

O jornal teve acesso a imagens de 2012 de um perfil do Facebook, que já foi removido. Nelas, Bary aparece usando roupas de marcas ocidentais e em outras o jovem veste roupas militares e ostenta armas de combate, como um rifle AR-15 e um fuzil M16.

Em uma de suas publicações, ele faz defesa de grupos islâmicos fundamentalistas. "Aqueles que se esforçam em defender a liberdade de mulheres indefesas e crianças são estereotipados como extremistas e terroristas", escreveu.


Combatentes curdos patrulham área da represa de Mosul, no norte do Iraque. Apesar das falhas estruturais, a maior barragem do país com 3,6 km de extensão, construída por um consórcio alemão-italiano na década de 1980, é fonte vital de energia para Mosul, a maior cidade do norte do Iraque com 1,7 milhões de habitantes. Os insurgentes do Estado Islâmico havia tomado o controle da barragem nas últimas semanas. As forças iraquianas e curdas conseguiram retomar o controle do local com a ajuda de ataques aéreos dos EUA.
Youssef Boudlal/Reuters


Acredita-se que os três suspeitos de ter matado Foley, diz o "Daily Mail", vivem em Raqqa (Síria). Os outros dois britânicos que fazem parte do grupo são Abu Hassain Al-Britani, 20, e Abu Abdullah Al-Britani, 20. Todos eles são chamados por seus companheiros de "John".

O aparente assassinato de Foley, 40, e que foi sequestrado na Síria em novembro de 2012, foi divulgado em um vídeo em fóruns jihadistas pelo grupo Estado Islâmico (EI), no qual é possível ouvir o suposto executor da decapitação do jornalista falar em inglês com sotaque de Londres.

Entenda a violência no Iraque
  • O que está acontecendo?
    Desde que as tropas americanas saíram do Iraque, em 2011, o grupo islâmico EI vem rapidamente ocupando cidades do país. Desde 6 de junho, já tomou Mosul, segunda maior cidade e bastião da resistência à ocupação dos EUA e aliados, e partes de Tikrit, cidade de Saddam Hussein próxima da capital Bagdá. Desde então, cerca de 500 mil pessoas fugiram da região.
  • Quem está atacando?
    O EI (Estado Islâmico), um grupo islamita sunita que declarou ter criado um califado nas áreas sob o seu controle no Iraque e no Levante (parte de Síria e Líbano). Seu principal líder foi Abu Musab al-Zarqawi, morto em 2006. Hoje a liderança tem vários nomes, mas o principal é Abu Bakr al-Baghdadi. Surgiu da união de grupos que lutaram contra a ocupação do Iraque pelos EUA.
  • O que é um califado?
    É uma forma de governo centrada na figura do califa, que seria um sucessor da autoridade política do profeta Maomé, com atribuições de chefe de Estado e líder político do mundo islâmico. O Estado, que seguiria rigorosamente a lei do Islã, compreenderia a região entre o mar Mediterrâneo e o rio Tigre.
  • Qual o tamanho do confronto?
    O governo, que tem forte apoio xiita, perdeu o controle de grande parte de norte e oeste do Iraque, e agora pede que civis peguem em armas para lutar contra a milícia. O Exército de 930 mil integrantes, que, em tese, seria suficiente para derrotar o grupo, não conseguiu barrar o EI em outras cidades já tomadas. Até agora, mais de 5.500 iraquianos foram mortos só neste ano, segundo a ONU.
  • Qual a força do EI?
    O grupo, que recebe grandes doações ocultas de dinheiro, tem milhares de militantes, inclusive "jihadistas" americanos e europeus, e se aproveita da disputa entre o governo de Maliki, apoiado pelos xiitas, e a minoria sunita para conquistar espaço. Acredita-se que seja patrocinado por governos da região. Embora seja considerado um braço da Al-Qaeda, se rebelou e foi expulso pelo líder Al-Zawahiri.
  • O Iraque pode se dividir?
    Apesar de o governo central de Bagdá ainda controlar oficialmente as províncias do país, é possível que haja a fragmentação em ao menos três territórios. Isso porque a divisão do Iraque entre árabes sunitas, xiitas e curdos já está bem avançada

(Com agências internacionais)

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