Do UOL, em São Paulo
Os serviços secretos do Reino Unido identificaram três britânicos jihadistas que teriam participado da decapitação do jornalista norte-americano James Foley. Um deles é um ex-rapper chamado Abdel-Majed Abdel Bary, 23, segundo o jornal britânico "Daily Mail".
De acordo com a publicação, Bary é conhecido como "Jihadi John" e era considerado uma promessa do rap em Londres. Na cidade, ele se apresentava como "L Jinny". O jovem deixou a casa de seus pais no bairro de Maida Vale, no oeste da capital britânica, no ano passado.
O jornal teve acesso a imagens de 2012 de um perfil do Facebook, que já foi removido. Nelas, Bary aparece usando roupas de marcas ocidentais e em outras o jovem veste roupas militares e ostenta armas de combate, como um rifle AR-15 e um fuzil M16.
Em uma de suas publicações, ele faz defesa de grupos islâmicos fundamentalistas. "Aqueles que se esforçam em defender a liberdade de mulheres indefesas e crianças são estereotipados como extremistas e terroristas", escreveu.
Combatentes curdos patrulham área da represa de Mosul, no norte do Iraque. Apesar das falhas estruturais, a maior barragem do país com 3,6 km de extensão, construída por um consórcio alemão-italiano na década de 1980, é fonte vital de energia para Mosul, a maior cidade do norte do Iraque com 1,7 milhões de habitantes. Os insurgentes do Estado Islâmico havia tomado o controle da barragem nas últimas semanas. As forças iraquianas e curdas conseguiram retomar o controle do local com a ajuda de ataques aéreos dos EUA.
Youssef Boudlal/Reuters
Acredita-se que os três suspeitos de ter matado Foley, diz o "Daily Mail", vivem em Raqqa (Síria). Os outros dois britânicos que fazem parte do grupo são Abu Hassain Al-Britani, 20, e Abu Abdullah Al-Britani, 20. Todos eles são chamados por seus companheiros de "John".
O aparente assassinato de Foley, 40, e que foi sequestrado na Síria em novembro de 2012, foi divulgado em um vídeo em fóruns jihadistas pelo grupo Estado Islâmico (EI), no qual é possível ouvir o suposto executor da decapitação do jornalista falar em inglês com sotaque de Londres.
Entenda a violência no Iraque
O que está acontecendo?
Desde que as tropas americanas saíram do Iraque, em 2011, o grupo islâmico EI vem rapidamente ocupando cidades do país. Desde 6 de junho, já tomou Mosul, segunda maior cidade e bastião da resistência à ocupação dos EUA e aliados, e partes de Tikrit, cidade de Saddam Hussein próxima da capital Bagdá. Desde então, cerca de 500 mil pessoas fugiram da região.
Quem está atacando?
O EI (Estado Islâmico), um grupo islamita sunita que declarou ter criado um califado nas áreas sob o seu controle no Iraque e no Levante (parte de Síria e Líbano). Seu principal líder foi Abu Musab al-Zarqawi, morto em 2006. Hoje a liderança tem vários nomes, mas o principal é Abu Bakr al-Baghdadi. Surgiu da união de grupos que lutaram contra a ocupação do Iraque pelos EUA.
O que é um califado?
É uma forma de governo centrada na figura do califa, que seria um sucessor da autoridade política do profeta Maomé, com atribuições de chefe de Estado e líder político do mundo islâmico. O Estado, que seguiria rigorosamente a lei do Islã, compreenderia a região entre o mar Mediterrâneo e o rio Tigre.
Qual o tamanho do confronto?
O governo, que tem forte apoio xiita, perdeu o controle de grande parte de norte e oeste do Iraque, e agora pede que civis peguem em armas para lutar contra a milícia. O Exército de 930 mil integrantes, que, em tese, seria suficiente para derrotar o grupo, não conseguiu barrar o EI em outras cidades já tomadas. Até agora, mais de 5.500 iraquianos foram mortos só neste ano, segundo a ONU.
Qual a força do EI?
O grupo, que recebe grandes doações ocultas de dinheiro, tem milhares de militantes, inclusive "jihadistas" americanos e europeus, e se aproveita da disputa entre o governo de Maliki, apoiado pelos xiitas, e a minoria sunita para conquistar espaço. Acredita-se que seja patrocinado por governos da região. Embora seja considerado um braço da Al-Qaeda, se rebelou e foi expulso pelo líder Al-Zawahiri.
O Iraque pode se dividir?
Apesar de o governo central de Bagdá ainda controlar oficialmente as províncias do país, é possível que haja a fragmentação em ao menos três territórios. Isso porque a divisão do Iraque entre árabes sunitas, xiitas e curdos já está bem avançada
(Com agências internacionais)
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