Entrevista - Robinson Faria
Governador eleito
O governador eleito Robinson Faria aposta no diálogo com os sindicatos para a negociação dos planos aprovados para as categorias. Cauteloso, o futuro chefe do Executivo evita falar que o projeto do Orçamento Geral do Estado de 2015 compromete os projetos feitos por ele para o primeiro ano de gestão. “Não podemos fazer disso um cavalo de batalha”, afirmou.
Adriano AbreuRobinson Faria - Governador eleito no RN
E sobre os planos para o funcionalismo, Robinson Faria observou que ainda não têm todos os números referentes a gestão. “Eles (os sindicatos dos trabalhadores) compreendem esse momento que estou vivendo e quando for governador vou me sentar com eles para resolver. Até porque eu disse na campanha que o que puder fazer para resolver eu vou resolver”, destacou.
Sobre a sucessão para presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria disse que fará “a mínima interferência”, mas confirmou que discutirá o assunto com os oito deputados que o apóiam (Galeno Torquarto, Gustavo Carvalho, José Dias, Dison Lisboa, Cristiane Dantas, Fernando Mineiro e Carlos Augusto Maia). A partir dessa conversa, o governador eleito disse que acatará o direcionamento adotado pelos deputados.
Robinson Faria afirma também que abriu o diálogo com os partidos sobre o secretariado e que o anúncio dos nomes poderá ser no início de dezembro.
Confira a entrevista que Robinson Faria concedeu esta semana a TRIBUNA DO NORTE:
O senhor visitou esta semana a Assembleia Legislativa, com que preocupação foi aquela Casa?
Foi uma visita de cortesia a minha Casa, como governador eleito. Um ex-deputado da Casa, foi abraçar os colegas. Não levei nenhuma pauta, apenas pedi a colaboração para o novo governo, estreitar essa parceria, fortalecer esse momento importante do Estado eu como governador. Espero que a Assembleia seja cooperativa com os projetos de interesse do povo.
Como atuará o governador eleito na sucessão da Assembleia Legislativa, onde já há quatro candidatos (Ricardo Motta, do PROS, Gustavo Carvalho, do PROS, Álvaro Dias, do PMDB, e Galeno Torquarto, do PSD)?
Esse assunto eu não trato agora (na Assembleia Legislativa).
Mas como o senhor vai atuar nessa disputa envolvendo o Legislativo?
Vou aguardar. Temos que conversar esse assunto com os deputados eleitos na nossa coligação. Temos seis deputados (Galeno Torquarto, Dison Lisboa, José Dias, Cristiane Dantas, Fernando Mineiro e Carlos Augusto Maia) e mais dois (que apoiaram no segundo turno, Gustavo Carvalho e José Adécio Costa). A partir daí, eles vão dizer qual é o sentimento da Casa. Eu respeitarei o sentimento dos oito deputados que estiveram comigo. A partir deles vamos ter o consenso para saber qual será o direcionamento (que os deputados) irão apontar para trabalharmos juntos. Minha interferência será a mínima possível, a mínima da mínima.
O projeto do Orçamento Geral do Estado de 2015, agora detalhado pela equipe de transição, coloca em risco os projetos do senhor para o primeiro ano de gestão?
Isso pode ser corrigido. Não há que se criar esse drama. Pode ter sido um equívoco, o governo está bastante cooperativo (com a equipe de transição), poderá fazer um novo orçamento. Vou falar com a governadora e sua equipe. Pode ser corrigido, não vejo como um cavalo de batalha.
O senhor é favorável ao aumento do Ministério Público, aprovado pela Assembleia Legislativa?
Esse aumento faz parte. É assunto interna corporis do Ministério Público. Eu respeitarei a Constituição Federal e Estadual. Os Poderes todos eles terão o respeito do governador. Faremos os repasses constitucionais, não vou interferir nos assuntos que dizem respeito interna corporis de cada poder.
As primeiras informações da equipe de transição soam como uma preocupação a mais para o senhor?
Ainda está muito incipiente. Estamos levantando dados. A folha de pagamento de servidor é o principal levantamento da equipe de transição.
O senhor já começou a definir o secretariado?
Comecei a dialogar com os partidos para começarem a pensar nos nomes que irão ser indicados.
O senhor trabalha com prazo para anunciar o secretariado?
Estamos dentro do prazo. Não há data determinado. Poderá ser início de dezembro.
A partir desse fator limitante do orçamento, como o senhor vai tratar a implantação do plano de cargos, carreiras e salários das categorias?
Os servidores terão comigo um diálogo permanente. Vou conversar com todos os sindicatos. Estamos iniciando, marcando algumas audiências com eles (os dirigentes sindicais). Eles têm a compreensão de que eu ainda estou ainda tomando pé de um governo, não posso me antecipar. Ainda não tenho a informação dos números do governo do Estado. Eles (os sindicatos dos trabalhadores) compreendem esse momento que estou vivendo e quando for governador vou me sentar com eles para resolver. Até porque eu disse na campanha que o que puder fazer para resolver eu vou resolver. Darei prioridade ao servidor público.
O senhor pretende manter algum secretário da gestão Rosalba Ciarlini no seu primeiro escalão?
Essa resposta eu não tenho. Mas tudo indica que governo novo é governo novo.
E o senhor fará convite a algum auxiliar do prefeito de Natal Carlos Eduardo?
Não foi feito nenhum convite.
O senhor já tem, pessoalmente, uma lista de auxiliares que gostaria de trabalhar na administração?
Eu não convidei ninguém. Não há convite feito até agora. Tenho pensamentos meus, mas por enquanto não revelo. São pessoas que acho que têm um perfil, mas cabe a mim me reservar esse direito de esperar o momento de convidar.
Que momento (para convidar os secretários) seria esse?
Depois de avançar um pouco na equipe de transição.
O PT terá um espaço privilegiado no seu Governo?
Claro. Os meus parceiros que viajaram comigo, andaram comigo o Estado terão parceria na gestão. Sou uma pessoa que tenho gratidão, coerência com meus parceiros. Não vou fazer o que outros fizeram no passado. Vou manter coerência com meus aliados.
Preocupa o senhor o fato de não ter maioria na Assembleia Legislativa, já que tem oito deputados na base de apoio da Casa que tem 24 parlamentares?
Todos nós temos mandatos não só o governador. Todos temos responsabilidade com o crescimento do Estado. O Rio Grande do Norte não é só o governador, são deputados estaduais, federais, prefeitos. Todos terão que ter esse sentimento de colaboração. A eleição terminou, vamos desarmar os espíritos. Agora é pensar em salvar o Rio Grande do Norte. Meu pensamento é esse, coletivo, não é só de Robinson, os deputados têm que compreender que isso (o pensamento de salvar o Estado) é importante independente de cor partidária. A população precisa e quer melhorar sua vida. Os deputados foram eleitos pelo povo. E esse é um momento de desarmamento de todo. Vamos falar do Rio Grande do Norte. Não pode ser pequeno, tem que pensar grande, pensar no Estado.
Fonte: TRIBUNA DO NORTE
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