sábado, 20 de julho de 2013

Estados do Nordeste perdem voos

Antonio Roberto Rocha - Colunista de Turismo da TN

Estados do Nordeste, sobretudo Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas, reclamam a perda de voos de São Paulo e do Rio de Janeiro, desde março passado. A oferta caiu, porém os preços das passagens aéreas para a região subiram nos últimos quatro meses. Os secretários de Turismo da região têm procurado diretores de companhias aéreas, principalmente da TAM e da GOL, com pleitos para novos voos e planilhas que mostram o bom aproveitamento das frequências retiradas. Em vão. As aéreas explicam que os critérios de elaboração da malha priorizam a rentabilidade. Se a operação foi retirada, segundo os diretores, é porque o mercado determinou.

Júnior Santos
Queda de rentabilidade nos mercados estaria norteando a decisão das aéreas de cortar voos da região. O dólar alto também tem afetado a operação das companhias
O secretário de Turismo do Rio Grande do Norte, Renato Fernandes, observa que “para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ou o Departamento de Aviação Civil (DAC) autorizarem um voo é um processo demorado, mas para a companhia aérea retirar uma frequência a decisão é imediata. É algo que, aliás, deveria ser comunicado aos governos estaduais, já que se trata de concessão federal”. 


Prejuízos

Ainda segundo Fernandes, Natal foi o destino mais prejudicado de março para cá. “Perdemos dois voos diretos da TAM e dois da GOL em horários excelentes. Essa retirada trouxe grande prejuízo ao Turismo de Natal. Há demanda de passageiros, mas não há oferta aérea compatível para Natal atualmente. E os voos estão caríssimos”, ressalta.

A redução de voos vem prejudicando também o turismo da Paraíba, diz Ruth Avelino, presidente da Empesa Paraibana de Turismo. “Justamente quando mais estamos crescendo, algumas empresas aéreas retiram voos. E tiram dos melhores horários. Tenho recebido reclamações de turistas, de operadores de turismo e agentes de viagens. Estamos em contato permanente com diretores das companhias aéreas para tentar mudar esse quadro, mas a resistência é grande. Acredito que os Estados mais prejudicados deveriam se unir e lutar juntos por uma solução”, acrescenta.

Já a secretária de Turismo de Maceió, Cláudia Pessoa, exige uma malha aérea coerente com o crescimento turístico da capital alagoana. “Inauguramos 19 hotéis nos últimos anos. E a ocupação também vem aumentando, na mesma proporção. Maceió é o destino turístico que mais cresce no Brasil atualmente, mas se não houver oferta aérea, o investimento do hoteleiro e as ações públicas de fomento terão sido em vão. O turismo regional traz ótimos resultados, mas também precisamos dos turistas de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro. Eles movimentam nossa economia”, afirma.

Para o secretário de Turismo de Pernambuco (e recém-eleito presidente da Fundação CTI Nordeste), Alberto Feitosa, o maior problema é a malha intrarregional, pois Recife, ao contrário de outras capitais do Nordeste - exceção também para Salvador e Fortaleza- tem boas ligações com Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de voos internacionais para Miami (American Airlines), Lisboa (Tap), Cidade do Panamá (Copa) e Frankfurt (Condor).

TRIBUNA DO NORTE

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