A crise financeira que vem abatendo os clubes ditos emergentes, como ABC e América, que estão disputando a série B do Brasileiro, tende a se amenizada. Isso caso seja aprovado um projeto de lei do senador Anibal Diniz (PT-Acre), mediante o qual a Caixa Econômica Federal seria obrigado a distribuir 3% de toda arrecadação das suas loterias com as agremiações incluídas nas séries B, C e D do Brasileirão. Se já estivesse em vigor, o reforços no caixa de alvirrubros e alvinegros nesta temporada teria sido de pouco mais de R$ 600 mil por mês (R$ 6,25 milhões/ano).
A proposta em tramitação no Congresso Nacional, primeiro será examinada pelas comissões de Educação, Cultura e Esporte e de Assuntos Econômicos do Senado. Segundo o projeto o percentual de 3% para os clubes seria repartido da seguinte forma: 1,2% para os times que disputam a série B; 1% para os da série C e o restante, 0,8%, para os da série D. Os clubes da Série A, por usufruírem de outras fontes de recursos, não seriam contemplados por esse novo repasse. Os recursos de cada série seriam divididos em partes iguais pelos participantes das respectivas competições.
Anibal Diniz ressalta que a crise econômico-financeira que atinge quase todos os clubes do país é ainda mais crítica quando observada a situação das equipes que não fazem parte da elite do esporte. Ele ressalta que 65% da renda do mercado brasileiro de futebol, estimada em R$ 3 bilhões ao ano, já está concentrada em apenas 10 dos grandes clubes do país.
O senador Aníbal Diniz acredita que a medida significaria um alívio financeiro para os clubes: “Apesar de parecer baixo o percentual proposto, rateado entre cerca de 80 clubes das séries B, C e D, não resta dúvidas de que a proposta significará um alívio financeiro e evitará que muitos deles entrem em situação de falência”.
Levando-se em consideração a arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal registrada em 2012 (R$ 10.490.068.380,98) neste ano já teriam sido distribuídos mais de R$ 125 milhões por ano para os 20 clubes da Série B. Para a Série C, esse valor seria de mais de R$ 100 milhões, cerca de R$ 500 mil por mês para cada um dos 20 clubes.
Mesmo para a Série D, com 40 equipes, o total teria sido de quase R$ 83 milhões por ano, que distribuídos igualmente para cada time, representaria um reforço de R$ 200 mil por mês aos seus cofres. “Esses valores são muito superiores ao que muitas dessas equipes pequenas arrecadam num semestre” – argumenta Aníbal.
Atualmente, 80 equipes das quatro divisões do campeonato organizado pela CBF contam com recursos de uma loteria específica, a Timemania. Instituída pela Lei 11.345/2006 e regulamentada pelo Decreto 6187/2007, a loteria tem como objetivo ajudar os principais clubes brasileiros a pagar os débitos fiscais com a União (INSS, FGTS, Receita Tributária, Receita Previdenciária e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional).
TRIBUNA DO NORTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário