A Polícia Civil do Rio Grande do Norte, através da Delegacia de Defraudações, efetuou a prisão de Edilson Genésio da Silva, de 33 anos, considerado pela Polícia um dos maiores estelionatários do estado. Edilson foi preso no bairro de Ponta Negra na tarde de ontem, 30. Considerado o cabeça da quadrilha, ele não aparecia nas ações e atuava com dois comparsas fazendo o trabalho de campo. “Edilson planejava o golpe, pedia que o dinheiro fosse depositado em uma conta corrente e, caso não houvesse, mandava alguém para buscar", disse o delegado João Xavier.
Reprodução/Polícia Civil
Edílson Genésio da Silva, de 33 anos, é considerado pela Polícia Civil um dos maiores estelionatários do Rio Grande do Norte
Junto com ele, João Maria Augusto da Silva, de 50 anos, também foi preso acusado de participar dos golpes planejados por Edilson. João Maria foi encontrado pelos policiais em casa, no bairro de Santos Reis, zona leste de Natal. A Polícia Civil não informou a identidade do terceiro membro da quadrilha.
As investigações vinham sendo realizadas há dois meses e foram iniciadas a partir dos boletins de ocorrências elaborados pelos prefeitos do interior do RN, que receberam telefonemas de supostas autoridades com o pedido de depósitos de valores em dinheiro em conta corrente para o tratamento médico de pessoas pobres. Ambos os presos já têm passagens pela Polícia pelo crime de estelionato.
Segundo o delegado, os homens atuavam com base em Natal, porém as tentativas de golpe se estendiam aos prefeitos e empresários de todo o RN. Nomes como o do diretor geral do Procon, Ney Lopes Júnior, do promotor de Justiça Wendell Beetoven e do conselheiro do TCE Valério Mesquita aparecem no inquérito de investigação policial como sendo usados pelos acusados. "Ele (Edilson) tinha um arquivo muito grande de informações sobre pessoas importantes do estado", afirmou Xavier.
O Golpe
O Tribunal de Contas do Estado havia alertado os prefeitos do estado sobre o golpe, tratando como uma "tentativa de extorsão" que estava sendo aplicada. Os prefeitos de São Fernando e Campo Grande relataram ter recebido ligações com esse teor. “O golpista ligou para a prefeitura e disse que tinha urgência em falar com o prefeito. Se passou pelo presidente do Tribunal”, afirmou Genilson Maia, prefeito de São Fernando.
Segundo a nota do TCE, a pessoa se passava por membro do Tribunal de Contas e contactava os prefeitos pedindo para que efetuassem depósitos em nomes de terceiros. O golpista contava a história de que uma criança com leucemia estaria precisando de um medicamento específico, de valor alto. E que já havia conseguido três unidades do produto. Então, pedia para que o prefeito desse o quarto. Também usava de nomes de pessoas influentes na política para tentar convencer. E ainda dava detalhes da região e citava, inclusive, pessoas que residem na cidade.
Outra Versão
Durante o depoimento à Polícia Civil, Edilson Genésio da Silva pediu para dar entrevista à imprensa e obteve autorização do delegado. Ele afirmou que era apenas o fornecedor de notas frias em um esquema que envolvia construtoras e obras públicas que não eram realizadas. Segundo ele, as notas frias eram fornecidas aos prefeitos do interior do estado para que fosse feita a prestação de contas ao TCE sem que os serviços fossem feitos. "Eles arrumavam laranjas e depositavam o dinheiro nas contas. Eu ficava com cerca de R$ 270 mil a R$ 300 mil e eles com cerca de R$ 1 milhão", disse. Edilson Genésio informou ainda que fazia as ligações para os prefeitos e, a pedido deles, falava em doações para transplantes e pessoas doentes para que pudesse facilitar a liberação do dinheiro público.
TRIBUNA DO NORTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário