O presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Zhang Dejiang, recebeu ontem, em Beijing, a comitiva de parlamentares brasileiros chefiada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, e manifestou interesse em conhecer “com profundidade” os termos do Marco Civil da Internet aprovado pela Câmara no fim do mês passado.
Sandra Inácio
Secretário do Partido Comunista da China em Pequim, Guo Jinlong, recebe Henrique Eduardo
Durante o encontro, Dejiang declarou que a China e o Brasil devem aprofundar a confiança política mútua e reforçar a cooperação pragmática para elevar a parceria estratégica a um novo patamar, especialmente depois da reunião de cúpula dos Brics - grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – prevista para ocorrer em julho, em Fortaleza (CE).
Segundo Zhang Dejiang, as relações sino-brasileiras intensificaram-se ao longo dos últimos 40 anos e, neste momento, a China está trabalhando na direção de rejuvenescer o país, enquanto o Brasil está promovendo sua modernização para se tornar uma potência global.
Em relação ao Marco Civil da Internet, Zhang Dejiang disse que a segurança cibernética é um tema “muito importante” na China e manifestou seu interesse em “aprender com a experiência brasileira”. Diante da manifestação, Henrique Eduardo Alves se comprometeu a encaminhar o texto assim que ele for aprovado pelo Senado. Alves ressaltou, no entanto, a dificuldade em se construir um documento consensual, especialmente quando a Casa é tão plural quanto a Câmara brasileira, que tem representação de 21 partidos atualmente. “O Marco Civil da Internet é uma conquista, foram seis meses de intensa discussão de um tema com muita complexidade”, declarou.
Tanto Deijang quanto Alves ressaltaram também a importância do Legislativo nas relações bilaterais entre os países. O chinês lembrou que a Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Popular Nacional está desenvolvendo uma agenda “para aprofundar a cooperação de forma muito pragmática”, de forma a beneficiar os dois países. Ele destacou o objetivo de ambos combaterem o protecionismo global como forma de fortalecer seus produtos no mercado internacional. Deijang disse ainda que muitas empresas chinesas têm interesse em atuar no Brasil, e cobrou medidas legislativas que facilitem esse “intercâmbio”.
TRIBUNA DO NORTE
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