sábado, 19 de abril de 2014

PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR: Nova lei pretende evitar superendividamento dos brasileiros

cartao
A utilização do cartão de crédito e do cheque especial continuam um dos principais problemas dos consumidores
FOTO: ALEX COSTA
Brasília. A preocupação com o superendividamento dos brasileiros pode levar à criação de uma lei de proteção ao consumidor. O Projeto de Lei do Senado 283/12, que disciplina a oferta de crédito ao consumidor e previne o superendividamento, pode ser votado no plenário da Casa ainda este mês. O projeto faz parte da reforma do Código de Defesa do Consumidor, que também inclui proposta que regulamenta as compras pela internet.

O projeto prevê a garantia do crédito responsável, a educação financeira e a prevenção e tratamento das situações de superendividamento. Estabelece ainda o conceito do "mínimo existencial" de renda, que deve ser garantido por meio de revisão e repactuação de dívidas. De acordo com o projeto, a soma das parcelas reservadas para pagamento de dívidas não poderá ser superior a 30% da remuneração mensal líquida e, assim, será preservado o "mínimo existencial".

O projeto também prevê que, a pedido do consumidor, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de dívidas, com realização de audiência conciliatória. Na audiência, o consumidor apresentará uma proposta de pagamento, com prazo máximo de cinco anos, sempre preservando o mínimo existencial.

Adimplentes

A assessora do Procon-SP Vera Remedi considera que o mais preocupante, atualmente, são os consumidores que pagam as contas todos os meses, mas têm endividamento acima da renda. Ela lembra que muitos usam o crédito caro, como rotativo do cartão de crédito e cheque especial para rolar suas dívidas.

"O que mais me preocupa são os superendividados adimplentes. Não existem muitas propostas para renegociar dívidas. As pessoas, às vezes, têm só 20% da renda para o pagamento de despesas básicas de alimentação, transporte e moradia, daí usam cartão de crédito e cheque especial e ficam sem saída", explica.

Para Vera, há uma irresponsabilidade na concessão de crédito no país. "Os consumidores cobrem uma dívida com juros muito altos. Ainda contribui para isso a venda casada de seguro, o crédito com troco, as ofertas de crédito por telefone ou caixa eletrônico. Tudo o que é mais fácil, tem juros mais altos", ressalta.

Orientações

Pela internet é possível encontrar ferramentas de apoio aos consumidores. O Banco Central oferece em seu site uma cartilha com orientações sobre como sair do superendividamento.

Diário do Nordeste

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